terça-feira, 22 de junho de 2010

Ironias, outras ironias.

Até pouco tempo atrás eu respirava você. Tudo o que eu fazia, falava e pensava envolvida, de alguma forma, você. Você sempre influenciava a roupa que eu vestia por gostar de cores fortes e dizer que cores alegres sempre ficam bem em mim. Me influenciava até na hora do banho, porque vivia dizendo que eu me arrependeria quando nossos filhos reclamassem da falta de água. Eu sempre pensava em você, na sua mania de apimentar demais a comida – e até hoje a mãe implica comigo porque eu continuo colocando pimenta na comida. Eu pensava mais ainda quando ia arrumar o cabelo pra sair, você sempre bagunçava ele e insistia em dizer que eu ficava bonita assim. Tudo aqui era você. Minhas unhas, minha maquiagem, meus cabelos, minhas roupas, meus sapatos, meu jeito de andar, o suco de uva, a comida apimentada, o café da manhã super reforçado, as orações, os discos, os livros, os bilhetes em guardanapos, a parede do meu quarto, a janela da sala, o espaço que você sempre teve no meu Orkut, no meu MSN, no meu blog, nos meus textos, nos meus livros, na minha agenda, na gaveta do criado mudo, no meu diário e, principalmente, no meu coração. Porque você não foi simples, tímido, medroso. Você me salvou e me fez respirar o amor que você me dedicou. Mas você poluiu o ar. Hoje, o seu ar, aquele que me mantinha viva, simplesmente acabou aos poucos. E hoje, LOGO HOJE, meu coração está trancada pra passagem de alguém, seja esse alguém quem for, não irá, de espécie alguma, passar.

Eu não quero apostar todas as cartas, a minha respiração, a minha música... Não, eu não quero arriscar. Não quero me manter ao gosto de alguém, que pode manipular o jogo como você fez, e poluir esse ar limpo que respiro novamente. Não quero que esse alguém estrague tudo o que vivi me deixando em estado de querer morrer, em estado depressivo, sendo que posso achar alguém melhor. Não, não quero, não insista, vá embora.

Não quero o seu amor. Por mim, que o seu amor morra sem meu ar, já que ele tanto quer e tanto deseja viver de mim. Eu parei com isso. Não vou viver do seu amor, nem por ele. Não adianta querer me ter como antes. Não estou meiga, agradável e sociável. Não pra você. Você sabe que vomito as palavras sem dó nem piedade, ainda mais quando a conversa é com você. Não abuse.

É o amor que ficou em silêncio por causa da nossa ausência.

Incrível essas ironias do destino, não?



* * *


E eu preciso agradecer. Andei em crise esses dias, várias. E eu ganhei chocolate, flores - mesmo aquelas colhidas no cemitério UIAHUIAHUIAAUHUA - , ganhei beijo estalado e abraço apertado. Obrigada. :D

Chris, eu achei REALMENTE incrível você descobrir que eu estava na TPM. É meu anjo e não tem jeito. (a)

Deniiiise, sábado eu vou te esmagar de tanto te apertar *-* Obrigada por manter meus pés no chão quando eu quero ser uma completa idiota apaixonada.

Elias, você é a parte mais bonita disso tudo aqui. (L'

Gika, OMG OMG OMG *-* Você é a minha calma quando eu quebro quebrar tudo.

Filippe, amei o chocolate *-*

E, aos meus amigos, aqueles que vivem aqui em casa, no projeto, na escola de música me perturbando, me levando chocolate, flores de cemitério e me dando abraços esmagadores.

Eu nem sei o que seria sem vocês (L'

quinta-feira, 17 de junho de 2010

as nossas exatidões. exatidões idiotas.

E depois disso, o que fica? Essa coisa oca, sem cheiro, sem gosto e sem cor? O que resta de todas aquelas palavras e gestos bonitinhos que me deixavam com a cara mais idiota do mundo? Tudo aquilo pra restar só isso?

Não, eu não quero.

Mas, porque comigo? Logo eu que sou instável, inconstante e confusa demais. Poderia ser com uma dessas mulheres inteligentes, independentes, que se cuidam... Como tem aos montes por aí. Dessas que ouve hip hop no sábado a tarde e bossa nova no sábado a noite.

Mas não comigo. Eu nem queria falar com você, eu não queria dividir minhas balas, eu não queria falar sobre os países desenvolvidos nem sobre os meus sapatos. Eu não queria segurar a tua mão, nem brincar com meus pés nos teus.

Eu não queria. Como um namorado na casa da sogra morrendo de fome negando a comida na hora do almoço. Era assim que eu não queria.

Você não era nada do que eu queria fisicamente e eu não gostava de olhar os teus olhos porque eles não representavam abismo algum e eu não me perdia neles. Mas eu gostei do seu abraço, e foi nisso que eu me perdi.

Tá, não importa agora em que parte eu me senti encontrada ou perdida, confusa ou decidida. Não importa mais. Porque o que restou foi essa coisa seca, desidratada, essa planta que você deixou secar sem amor, sem água, sem vida.

Eu só queria que restasse algo bonito, digno de ser mostrado, de ser amado ou dedicado algum carinho. Não tenho prazer em dizer que amei você, pois tudo o que a gente ama e passa em nossa vida, sempre deixa algo bonito. E você me deixou essa coisa feia, sem graça, fria. Custava regar a planta? Dedicar um pouco de amor? Não deixar esse sol ressecar?

Não me diga que você não teve opção. Você teve, e por isso escolheu estar longe, frio, sem amor.

Eu te deixei essa coisa bonita que você carrega e se orgulha em mostrar só pra dizer que alguém te amou assim, que alguém jurou te cuidar pra sempre. Que alguém se dispôs a viver todas aquelas besteirinhas que você achava graça em viver.

Desculpa por não saber ser tua meio amiga, nem teu quase amor. Eu tive que decidir. E ta sendo melhor assim, não ta?

Eu sou exatamente o que você quer, você é exatamente o que eu quero, mas as nossas exatidões não funciona numa conta de mais.

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Afinidade acontece.
Um mesmo signo, um mesmo par de sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira.
Afinidade acontece entre seres humanos.
A mesma frase dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se escreve.
Afinação acontece.
Um mesmo acorde, um mesmo som, uma mesma harmonia.
Afinação acontece entre instrumentos musicais.
A mesma nota repetidas vezes, a busca pela perfeição sonora e a certeza das similaridades entre um tom acima e um tom abaixo.
A incrível mágica acontece quando os instrumentos musicais descobrem afinidades humanas entre si no mesmo instante em que os seres humanos descobrem afinações musicais dentro deles mesmos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

é sobre você.

Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo? Te faz perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua? Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte? Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade? Ou se estivemos lá, quando os sonhos delas morreram? Nós continuamos a tentar nos aproximar? Como se fossemos destinados a estar lá? Ou o tiro nos pegou de surpresa? Pense, podemos ser uma grande parte da vida de alguém.. E nem desconfiarmos disso.






Depois de te ver, e de gargalhar muito por te ver assim... Eu lembrei do dia em que eu disse que eu sabia que você voltaria, como sempre. Mas, dessa vez, não estou pra você. E isso dói, pra não variar. Eu sou o disco que você não quer mais ouvir, sabendo que vai doer, sabendo que é sobre você.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Recomece. Sim, recomece. ;)

Não quero defender as relações falidas e que só fazem mal, nem estou sugerindo que as pessoas insistam em sentimentos que não são correspondidos, em relacionamentos que não são recíprocos, mas quero reafirmar a minha crença sobre o quanto considero válida a coragem de recomeçar, ainda que seja a mesma relação; a coragem de continuar acreditando, sobretudo porque a dor faz parte do amor, da vida, de qualquer processo de crescimento e evolução. Pelas queixas que tenho ouvido, pelas atitudes que tenho visto, pela quantidade de pessoas depressivas que perambulam ocas pelo mundo, parece que temos escolhido muito mais vezes o “nada” do que a “dor”. Quando você se perguntar “do que adianta amar, tentar, entregar-se, dar o melhor de mim, se depois vem a dor da separação, do abandono, da ingratidão?”, pense nisso: então você prefere a segurança fria e vazia das relações rasas? Então você prefere a vida sem intensidade, os passos sem a busca, os dias sem um desejo de amor? Você prefere o nada, simplesmente para não doer?

Não quero dizer que a dor seja fácil, mas pelo amor de Deus, que me venha a dor impagável do aprendizado que é viver. Que me venha a dor inevitável à qual as tentativas nos remetem. Que me venha logo, sempre e intensa, a dor do amor. Prefiro o escuro da noite a nunca ter me extasiado com o brilho da Lua. Prefiro o frio da chuva a nunca ter sentido o cheiro de terra molhada. Prefiro o recolhimento cinza e solitário do inverno a nunca ter me sentido inebriada pela magia acolhedora do outono, encantada pela alegria colorida da primavera e seduzida pelo calor provocante do verão.

Não me importo se depois ele não vai caminhar comigo, bastou aquele lindo pôr-do-sol com a cabeça no ombro dele, enquanto os dedos deles faziam cachinhos nos meus cabelos.

E nesta exata medida, prefiro a tristeza da partida a nunca ter me esparramado num abraço. Prefiro o amargo sabor do “não” a nunca ter tido coragem de sair da dúvida. Prefiro o eco ensurdecedor da saudade a nunca ter provado o impacto de um beijo forte e apaixonado, daqueles que nos envolve do fiozinho de cabelo até os dedinhos dos pés.

Prefiro a decepção da ingratidão a nunca ter aberto meu coração. Prefiro o medo de não ter meu amor correspondido a nunca ter amado ensandecidamente.

Prefiro a certeza desesperadora da morte a nunca ter tido a audácia de viver com toda a minha alma, com todo o meu coração, com tudo o que me for possível...

Enfim, prefiro a dor, mil vezes a dor, do que o nada. (assustado? O.o eu também estou, mas é isso o que eu sinto. Pelo menos hoje.)

Não há – de fato – algo mais terrível e verdadeiramente doloroso do que a negação de todas as possibilidades que antecedem o “nada”.

E já que a dor é o preço que se paga pela chance espetacular de existir, desejo que você ouse, que você pare de se defender o tempo todo e ame, dê o seu melhor, faça tudo o que estiver ao seu alcance, e quando achar que não dá mais, que não pode mais, respire fundo e comece tudo outra vez. Recomeçar, baby. ;) RE CO ME CE

Porque, como já dizia o poeta:

“Você pode desistir de um caminho que não seja bom, mas nunca de caminhar. Pode desistir de uma maneira equivocada de agir, mas nunca de ser você mesmo.Pode desistir de um jeito falido de se relacionar, mas nunca de abrir seu coração.”

Portanto, que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes em meu peito depois das desilusões e dos desencontros. Mas que eu nunca, jamais deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo, vou doer de novo e sobretudo, vou amar mais uma vez. E não somente uma pessoa, mas tudo o que for digno de ser amado! Amar, amar, simplesmente, amar.

E, eu sei.

Eu confundi você agora com todas essas palavras. Mas são duas horas da manhã, e eu sinto um amor gigante dentro de mim, que dói pra chuchu. E, por um instante, eu me perguntei se eu não quero sentir isso. E eu não consegui me imaginar sem essa dor.

Um beijo estalado na bochecha gorda dos meus amigos, e nas magrinhas também. *-*

Eu amo vocês e obrigada por me fazerem TÃO feliz :D

sexta-feira, 4 de junho de 2010

...e venha o que vier.

Não acredito em contos de fadas. Não acredito em histórias de encantar. Já acreditei. Deixei de sonhar com a perfeição. Não existe e é mesmo assim. Talvez nos livros, nos filmes, na música. No amor não. É diferente do que se espera. É duro, sente-se dor, temos medo, temos esperança, temos tanto para dar. Dá trabalho, é uma batalha. Chegamos a sentir cansaço. Medo da solidão. Ciúmes. Raiva e até insegurança. O amor que conheço é assim. Imperfeito, mas principalmente sincero. Feliz na alma. O truque é acreditar. Quando isso deixa de acontecer, o resto morre junto. Não há orgulho que consiga ser maior que a morte. Podemos estar meses a odiar o amor por alguém. Não serve, não é justo o sofrimento. Sem virar as costas na totalidade, mesmo que seja o pior do mundo. A resposta será sempre a mesma: "mas amo-o" , "mas gosto dele...".
Isso não se evita. Só acaba quando se deixa de acreditar. Venha o que vier. Quem vier.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

'..você é a música..'

Buenas, eu resolvi bater foto de uma das minhas caixas de cartas. Na verdade, essas aí são as cartas mais recentes. Lá no canto tem o desenho que o Leo fez - ele sentado na lua me olhando num binóculos enquanto eu estou sentada com cara de paisagem - , tem o livro BRIDA do Paulo Coelho que me acompanhou durante todo o ano passado, tem a primeira embalagem do chocolate DUO que o Hans me deu, tem os brincos de penas que eu sempre uso no verão. Tem o pingente de borboleta que ganhei do meu avô, tem o pingente de lua também e os restos da vela do meu aniversário de 15 anos. Depois, ao lado do livro BRIDA tem um caderno de desenho que o Natan escreveu inteirinho pra mim quando eu mudei de escola, tem a carta da Denise, mais embaixo, numa folha azul e cartas da Gika, da Duda, do André e até a do Saulo =O Tem aquele caderninho pequeno, rosa, com um coração... Foi o caderninho que a Duda fez questão de escrever nele inteirinho e de dar pra alguns amigos assinarem.
Depois, tem a foto de quando fui a princesa na peça teatral da segunda série, eu era linda *-* e eu fui a princesa :D e aquela outra foto é da época em que eu morava em São Paulo e eu tropecei no fio do ventilador e bati a cabeça na quina da cama - isso me custou 5 pontos e uma cicatriz até hoje quando levanto a sobrancelha. Tem também o primeiro bilhetinho que o Yuri, de 2 aninhos, conseguiu escrever pra mim.
Buenas, alguns amigos meus vão localizar tua carta, seu desenho, sua embalagem de chocolate... *-* Obrigada, é muito bom abrir minhas caixinhas de cartas e ver como tive e ainda tenho amigos de verdade, que fizeram um monte de loucuras por mim e, se pudessem, fariam isso mil vezes. Eu amo vocês, de montão *-*

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Eu acordei cedinho hoje e fui pro centro. Han... Cheguei bem na hora do intervalo e estava CHEIO de emo e patricinhas, o que me irrita profundamente porque eles pensam que são donos das calçadas minúculas da Saldanha Marinho, por exemplo. E, eu esqueci onde é o CORREIOS, ri muito com a mãe mas acabamos achando e a mulher perguntou se a carta era pro meu namorado (6) A mãe disse que era pra um primo - só por causa do SILVA -, e eu não vou dizer pra quem mandei a carta (6'
Depois eu quis ir no cursinho GAIA mas começou a chover e eu sou de açúcar, então comprei algumas frutas, uma muda de orégano e outra de manjericão, e vim pra casa.
Eu queria comprar flores, mas só tenho duas mãos e meu pai não curte comprar flores comigo, ele só empresta a carroceria do carro para transportá-las.

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Eu nunca fui aversa à música. Nunca. Nunca me revoltei com ela, nem disse que ela era uma grande mentira. É pra música que eu sempre corro quando preciso de sossego, quando preciso desabafar, quando preciso chorar. São meus dedos que correm soltos num teclado tentando dizer alguma coisa que a minha alma quer falar e não consegue. É cantando que eu encontro um meio de desabafar sem incomodar ninguém. Eu sempre vivi com a música em mim, mas não com o amor. Eu me revoltei com o amor, dei um pé na bunda dele e mandei ele pra longe. Eu não quis mais saber, coloquei ele pra fora da minha casa e gritei aos quatro ventos que o amor é uma grande mentira. Me escondi em livros e partituras e o único jeito de me achar era cantando uma música qualquer, que me encantasse, que me fizesse perder o medo.
Você soube exatamente como chegar em mim... Foi entre um acorde e outro, entre um solo e outro, entre uma boa música e outra que eu, sem perceber, comecei a tocar o mesmo ritmo que você. Você chegou colocando ritmo em mim, me embalando na tua melodia e eu segui sem medo, sem questionar. Ouvir a tua música foi como sentir a minha solidão de repente povoada. Não preciso mais cantar ou tocar... Basta você cantar, com seus olhos pequenos e com aquele ar sério de Pavarotti, que eu não preciso de mais nada. E quando a gente não tem mais o que falar, a gente canta... Porque é exatamente aí que a música do nosso amor começa. A sua música deu forma ao silêncio que vivia em mim, você serenou meu coração. As cordas da minha vida se afinam a cada toque do seu amor e, um dia, eu e você cantaremos a nossa música - e é isso que me motiva a continuar acreditando no dia em que eu vou te ter, pra sempre.
Desde o início você usou a música que conseguiu tocar em mim pra me convencer que eu posso amar e ser amada. A tua música é o alimento do meu amor por você, não deixe isso morrer.
Você é a música que dá ritmo à minha vida.