Em dias assim eu fico feliz em sentir tanto a sua falta. Quando a ausência dói desse jeito é porque precisamos demais da pessoa ausente. O problema é que a saudade vai tomando uma proporção descontrolada, e daqui a pouco você fecha os olhos e tudo é a pessoa ausente. E essa saudade mata e ressuscita, e eu fico assim nesse ‘morto-vivo’ todos os dias, esperando você tocar a campainha bizarra da minha casa, com o teu sorriso largo e teus olhos brilhantes, rindo de mim por estar quicando de felicidade.
E é essa intensidade que me faz fechar os olhos e te ver em tudo. Te vejo aos lados, em cima, embaixo e dentro de mim. E pensar nisso me fez lembrar o dia que eu te olhei de verdade e vi teus olhos brilhando pra mim... Pensei em estrelas naquele momento. Sim, estrelas. Daquelas mais lindas, que cintilam no céu e alegram a noite de qualquer menina que esconde a fragilidade como um cão esconde o osso.
E eu que pensei que eu tivesse amado, mas foi depois de você que eu descobri que amor não tem remédio que cure. Eu sempre fui inconstante, pessoa de idéias repentinas e emoções imprevistas. Sempre me cuidei pra não me envolver, pra não me apaixonar, não me entregar. Quando tava ficando sério demais, BUM!!! Eu dava um belo pé na bunda e me sentia livre outra vez. Livre pra não me prender, pra não amar, pra não ser feliz. Cansei de construir fantasias e destruí-las no minuto seguinte. Cansei de fugir de casa pra sempre e não ter coragem de passar do portão.
Tolice a minha!
E lá estava eu aprisionada ao desconhecido.
Tudo se calava enquanto eu resmungava e criticava quem amava, quem se entregava, quem vivia. Mas quando eu me calava, o mundo falava que eu estava errada e eu ouvia calada, e sentia um medo absurdo de sofrer tudo de novo. Aí eu escrevia e no fundo eu sabia que existiam outros sonhos pra mim, outros planos, outros risos. Uma parte de mim acreditava que eu podia ter um final feliz, outra parte acreditava piamente que só se pode amar errado.
Eu preferia a solidão e confesso que, de vez em quando, a minha mente quer a solidão enquanto meu coração insiste pela tua companhia. E não se importe com meus oceanos chorados em noites mal dormidas.
E aí que eu mudei. Da Mayara cruel eu mudei pra Mayara insana. Insana em querer todas as coisas que eu achava absurdamente ridículas há tempos atrás. Existe insanidade maior que querer que você esquente os meus pés na cama em plena noite de verão? Isso aqui que eu sinto não pode ser controlado, eu pensei que podia, mas não pode; e sinceramente? Não faço a mínima questão que seja.
Então... A sorte é que cada vez que as coisas vão passando por mim e me deixando, o que fica é realmente importante pra mim. E coisas e pessoas importantes a gente não perde. A gente não perde nunca.
P.s: se você quer usar o meu texto no seu blog, orkut, twitter e outras bagaças, dê-me os créditos. Não custa, não dói o dedo, e você vai estar fazendo o que é certo! Obrigada.