sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal



Eu não costumo postar textos em datas comemorativas. Não porque eu não tenha tempo, é que eu não gosto, dificilmente me inspiro em dias comemorativos. Mas é que falar de natal sempre me faz desejar coisas pra mim ou pra outras pessoas, e desejar feliz natal no dia 26 de dezembro é um pouco estranho.
No dia 26 as pessoas nem lembram mais o que é o natal e só pensam na ceia da virada de ano, no vestido branco, nas sete ondas, nas lentinhas e nas promessas idiotas que não irão cumprir no ano seguinte.
Mas, deixando toda a minha revolta de lado, eu vim aqui desejar, pra quem ler ou não, coisas lindas. Eu gostaria de ouvir uma boa música agora, mas a chuva está tão forte que isso é quase impossível - e eu gosto disso. O som da chuva me acalma, o cheiro é inebriante, e depois de dias tão quentes nada melhor que uma chuva gostosa pra deixar o natal fresquinho.
Eu vim aqui mesmo desejar coisas que todo mundo quer mas dificilmente sabe como pedir e muitos deixam esses pequenos detalhes passarem despercebidos.
Eu vim desejar detalhes, esses que, mais tarde, podem fazer muita falta.
Eu desejo luzes piscando na janela do quarto, sorrisos contagiantes, música animada. Desejo Cupcakes coloridos, daqueles lindos que faz os olhos de qualquer criança brilharem como dois faróis. Desejo um abraço apertado sem muitas declarações de amor - porque, nos tempos de hoje, um abraço sincero vale mais que muitos 'eu te amo's. Não desejo um banquete, cheio dessas iguarias que só servem pra enfeitar a mesa mas ninguém gosta de comer... Eu desejo uma ceia de natal com as mais saborosas comidas - e essas comidas não são as mais caras, porque as mais saborosas sempre são as que tem mais amor. Desejo frutas doces, pratos coloridos, um jantar que não alimente só o corpo, mas alma. Porque o natal é pra isso, é pra alimentar a alma daqueles que passaram um ano inteiro correndo de um canto a outro tentando matar um leão todos dias e acabou esquecendo dos detalhes.
Desejo brincadeiras saudáveis, presentes que sejam guardados eternamente na memória, o amigo oculto mais divertido que puder ser.
Desejo crianças acordando ansiosas e procurando debaixo da cama ou no pé da árvore o presente esperado o ano inteiro, desejo gargalhadas gostosas - daqueles que marejam os olhos -, desejo dancinhas engraçadas, conversas que durem a madrugada. Desejo um pai cheio de amor que abrace o filho durante o jantar e que o faça ter borboletas no estômago de ansiedade pelo presente tão esperado, e uma mãe com mãos de fadas que, como mágica, seque as lágrimas dos que sentem dor e adoce a vida de quem está a sua volta.
Desejo muito amor aos apaixonados e o encanto da vida nos olhos. Desejo uma chuvinha gostosa por volta das 5 da manhã, quando os ânimos finalmente estiverem calmos, as crianças dormindo, os adultos cambaleando de sono e rindo das brincadeiras passadas e a mesa de jantar com os pratos vazios e copos também.
Desejo aquele avós fofos rindo de tudo, que dançam agarradinhos pros netos caírem na risada e que trazem em cada fiozinho branco na cabeça um pouco de sabedoria.
Eu desejo muita paz, mas não essa que as pessoas pedem da boca pra fora sem nunca terem sentido. Peço a paz de espírito, aquele sentimento que joga fora toda a dúvida e nos faz descansar em braços cautelosos e cheios de amor, com cheiro de nuvem e sabor de chocolate. A paz que faz as crianças dormirem como anjos e os adultos se amarem como se fosse a última vez. A paz que nos aproxima ainda mais dAquele que nos criou e formou com todo o amor e tem cuidado com a maior paciência, apesar de sermos teimosos e errantes.
Eu desejo a família formada com as mais diferentes personalidades mas tão cheia de amor que é capaz de passar por cima dos erros e defeitos e se unirem como um só. Eu desejo esse natal vermelho e dourado que todos estampam em suas casas e roupas para mostrarem o quanto são felizes... Mas eu desejo mais ainda: eu desejo que essas cores e decorações sejam a amostra sincera da maior conquista que um homem pode ter: A FELICIDADE!





Feliz Natal. 








segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Eu sobrevivi

Eu sempre tive essa preocupação idiota de dizer apenas coisas que não ferissem. Ela podia estar sangrando e eu saber exatamente o que dizer pra estancar o sangramento, mas ia doer, então eu me calava e saía de fininho como se não soubesse da cura.
Foi aí que eu também sangrei, também me feri, e procurei alguém que tivesse a cura. Eu encontrei palavras doces, cheias de uma coisa colorida e flácida, sem cheiro e sabor, que não me causava reação alguma. Eu continuava sangrando, a ferida continuava ardendo. E quanto eu pensava em esfriar a cabeça, refletir um pouco, eu ia olhar o mar, e a brisa que encostava suavemente na ferida fazia arder.
Apesar de muitas conversas que tive com tantas pessoas de olhar sem brilho e mãos mais geladas que as minhas, pouca coisa foi dita. O essencial - ou seja, aquilo que eu realmente precisa ouvir e que eu ainda não sabia que era a parte mais dolorida de tudo - sempre ficou no fundo, esmagada por uma maldita superficialidade.
Todo mundo vem com a ladainha de que, nessas horas, é preciso alguém chegar, sentar ao lado com cara de piedade, segurar a sua mão e dizer: "Calma, eu estou com você." E eu concordo - apesar da ladainha -, concordo plenamente. Mas não é só isso. E onde ficam as verdades? A mesma pessoa que segura a mão pode deixá-la, não porque quer, mas porque também precisa viver.
Se tá doendo, tá sangrando... Experimente ouvir a verdade. Eu resolvi dizer a verdade e perdi todos os meus amigos. O que eles não entendem e talvez nunca entenderão é que foi com a verdade que eu me curei, e sarei, e carrego as marcas com orgulho porque cada uma delas me lembram de como foi difícil, mas eu sobrevivi.
Eu resolvi falar a verdade e doeu neles. Porque a primeira reação que algumas verdades causam é a perca da força, o mundo desabando sobre a cabeça, a vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo. Mas depois, depois que os ânimos se acalmam e o vento seca o suor misturado com as lágrimas do rosto, aí vem uma força que vai brotando devagar e trazendo uma esperança, uma vontade de mudança que nada nesse mundo paga.
Triste é pensar que quem sofre nem sempre está disposto àquela dor do parto, àquela dor que faz mudar tudo de rumo.
Ser curado é olhar a cicatriz como algo belo. Uma cicatriz significa: Eu sobrevivi!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Gosto de chuva

Eu lembro daquela noite como se fosse hoje. Era uma noite quente de 2006, com uma brisa suave, crianças correndo com brinquedos nas mãos, a avenida Beira-mar estava repleta de luzes, a árvore estava linda - e foi a primeira e única vez que a vi realmente linda - , era uma bela noite de natal. As crianças esperavam ansiosas pelo papai noel, que viria numa 'carroça' colorida e cheia de luzes gritando 'HOHOHO' enquanto todas elas começavam a achar que o seu presente de natal apareceria no pé da árvore de natal da sala, ou em meio ao carvão da lareira.
O mar estava calmo, o vento parecia acariciar o meu rosto. Meu coração doía. Eu queria chorar, sair correndo, fugir pra algum lugar.
Fiquei ali, encostada em uma árvore, ouvindo as crianças gritando ao longe, sentindo a brisa secar uma lágrima ou outra. Eu lembro desse dia com perfeição porque foi nesse dia que eu finalmente aceitei o fato de que algumas pessoas nasceram para sentir o amor, e não parar viver um.
Essa coisa de um saber do outro, cuidar do outro... Isso era pra gente de outro mundo, de outro nível.
Mas do mesmo jeito que eu aceitei essa coisa de que um sente o amor e não vive, o outro vive e não sente - se é que isso é possível - , eu também tive que aceitar que quando tem que ser, será, não adianta correr, fugir.
Foi aí que em 2010 Deus resolveu me surpreender, e eu tentei fugir apavorada. Ah! Como eu tentei fugir desses olhinhos castanhos pequenos escondidos por trás daquele óculos de lentes arredondadas, como eu tentei fugir das mãos que perseguiam as minhas, do olhar que sempre encontrava o meu entre um pudim de leite condensado e outro. Como eu tive medo dessa distância. Como eu tive medo de não conseguir confiar, de não me entregar, de não conseguir suportar.
Como foi difícil me olhar no espelho e reconhecer que aquele coração que estava pulsando forte já não era solidão. 
E depois de um ano e 3 meses, eu olho pra trás e me sinto tão orgulhosa. A gente tinha tanto medo de não acertar, tanto medo de se machucar, jamais vou me esquecer das orações sinceras, embargadas num choro tímido, pedindo ao Senhor que cuidasse da gente, que guiasse as nossas vidas e que nos mostrasse o centro da vontade Dele, porque antes das nossas vontades, a Dele sempre tem que prevalecer.
A gente completou um ano e um mês de namoro no dia 03 e eu não vim dizer nada aqui. Você foi embora nesse dia, e até esse dia eu não tinha ideia de como uma despedida podia doer. Eu já te vi indo embora outras vezes, mas essa última doeu mais que todas as outras. Os dias que você passou aqui foram resposta de Deus pra nós. A gente pôde sonhar, planejar e pedir a Deus juntos que nos ajudasse a realizar todos os nossos sonhos.
Hoje eu te queria aqui. A gente podia jogar UNO pra roubar da Sara, eu faria bolo de chocolate e pipoca de frango pra gente ver um bom filme, depois eu iria estudar piano enquanto você faria a sua cara de nerd pra mexer nos seus bancos de dados da vida. Mas nós estaríamos perto, estaríamos nos vendo. 
Apesar que te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos.
Eu estou aqui fazendo a minha parte: te esperando. Esperando você voltar, como você me promete a cada abraço de despedida.
Obrigada por entender meu choro, minha saudade, minhas crises de riso, minha vontade de fugir só pra te encontrar. Obrigada por me encher de esperanças quando eu penso que o tempo não vai passar nunca.
Eu poderia ficar horas aqui te agradecendo por cada coisinha que você me faz viver, por levar em consideração os meus detalhes e as minhas manias, mas eu não sei nem como fazer. Eu, sinceramente, agradeço a Deus por ter me enviado você. Aquele vazio de um grande amor que nem mesmo Deus pode preencher, você preencheu. Você me completa e isso parece loucura pra tanta gente, a gente passa por insano, maluco por estar querendo casar, e eu - pior ainda -, porque passo o dia bordando e comprando coisinha pro enxoval, isso quando não me empolgo com enxoval de bebê quando penso na família que Deus vai nos dar. 
Não estamos perdendo por esperar em Deus, nós escolhemos esperar e essa foi a melhor decisão das nossas vidas.
Depois de você eu descobri como é bom viver - apesar de todas as despedidas e saudades. Eu te amo, e você me ama, e com a benção de Deus, não precisamos da aprovação de todos esses que nos chamam de loucos. O amor, quando firmado em Deus, tudo supera, suporta, sofre e crê. 
E como já dizia Caio Fernando Abreu: 
'Eu tenho um amor fresco, com gosto de chuva e raios e trovões. Um amor que me veio pronto como a chuva que cai de repente, uma nuvem que não passa, uma flor que não morre. Um amor susto. Um amor trovão fazendo barulho que me bagunça e chove em mim todos os dias.'


Eu te amo mais que a mim, e espero no Senhor o dia que finalmente eu vou dormir recostada no seu peito, e vou acordar tendo a certeza de que não foi um sonho.






sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tirando o pó desta bagaça

Pensei que o verão seria insuportável. Que a saudade me acompanharia durante todos os dias, que o cheiro do mar me faria muita falta, o barulho dos aviões, o bairro tranquilo, o grito da torcida nos dias de jogos, o ônibus super confortável e com um trajeto incrível comparado com os daqui.
Eu pensei que seria um grande tédio. Uma chatice sem tamanho.
Mas os dias aqui tem me surpreendido. O final da tarde tem cheiro de infância, a noite tem uma brisa gostosa que me embala sempre que estou na varanda olhando a rua e sentindo saudade.
E hoje a noite está assim: me embalando.
De repente voltei à minha infância, lembrei dos brinquedos, das brincadeiras, descobertas, de coisas que eu nunca tinha lembrado. Lembrei das músicas, dos cheiros, das pessoas.
Lembrei do creme de laranja que a minha vó fazia porque me achava pálida, e da sopa de cenoura que ela prometia que ia me corar as bochechas.
Lembrei das cerejas que enfeitavam as cestas de natal, das frutas que enchiam meus olhos, dos carocinhos da melancia que ela fazia questão de tirá-los um por um - e, por isso, até hoje não consigo tirar os carocinhos perfeitamente como ela.
Das vezes que íamos colher margaridas e só hoje eu vejo que mais colhíamos sorrisos que flores. Lembrei das roupas das minhas bonecas que ela fazia questão de pregar os botões, dos pães maravilhosos, bolos e cação ao leite de coco que era de lamber os beiços.
Lembrei da cara de espanto dela quando mostrei a internet e o que eu podia fazer nela, os joguinhos, as fotos, músicas e vídeos e jamais me esquecerei do sorriso dela quando me viu cantando profissionalmente pela primeira vez.
Eu sempre quis que ela tivesse orgulho de mim, e ela tem.
Me lembro das tardes que eu aprendia correndo as músicas do R.R. Soares pra cantar pra ela só pra ver os olhinhos dela brilhando, das músicas "É bonita, É bonita, a cidade que Jesus preparou, ela é bonita!", e da música do Toque no Altar que ela dançava até cair.
Eu já nem sei quantas vezes eu disse que não voltaria atrás e voltei, mas não há como não voltar se for por ela. Ela amou e tentou conciliar tudo do seu jeito, seu jeito, muitas vezes, imaturo mas tentou.
Ela me ensinou que aquilo que é bom, importante, e de verdade, e forte - não importa se é coisa ou pessoa - na sua vida, isso não se perde. E eu não vou perder as lembranças, os momentos, as risadas e as diversas reconciliações. 
Minha vózinha querida faz parte de mim, sempre.



...


Buenas, passei aqui pra tirar um pouco da poeira desse blog, depois vou dar um jeito nesse layout porque eu não sei onde eu estava com a cabeça quando coloquei ele.
Também passei aqui porque o senhor Fabio Bioca, do blog http://www.horainsone.com.br/ , me desafiou a postar e, posteriormente, ele irá postar no blog dele até 00:00h.
Então, fiquem ligados no blog dele que, aliás, é muito bom!
Bom, abriram-se as inscrições pra quem quer me ajudar a montar meu enxoval - mentira - , na verdade, eu comecei a montar o meu enxoval oficialmente essa semana, então... Quem quiser ajudar, beleza, quem quiser vir me ver bordas o dia inteiro enquanto ouço Brooke Fraser, beleza... Agora, se você for me dizer que sou muito novinha pra casar e tenho cara de bebê, eu vou te mandar lamber sabão. E TENHO DITO!
Em breve postarei as fotos dos meus joguinhos de cozinhas todos bordadinhos e fofinhos e tchutchuquinhos *-*


Ao meu amor, Tharsis Novais, quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; ao lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. Te amo e te espero hoje e sempre!





E quando você sair, apaga a luz e fecha a porta.

domingo, 28 de agosto de 2011

Você olha para o céu
Pensa em tudo o que acontece 
Sempre há algo que te entristece. 
É só pensar que o amanhã será melhor 
Será melhor... 
São tantas coisas aqui e agora 
Que tens vontade de ir embora 
Da sua própria vida, De tudo a sua volta. 
Mas há um lugar secreto 
Há um lugar secreto 
Lá pode sorrir,pode chorar 
Não verás o tempo passar 
Nas asas da adoração, 
Podes voar. Voe alto, voe alto 
Na dimensão da adoração 
Nada pode afligir teu coração 
E com a visão de Deus tome posse 
Daquilo que é teu. 
Num lugar secreto 
Nenhum mal pode te tocar 





(Daniela Araújo - Lugar Secreto)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sorriso Fácil

E eu sinto essa vontade louca de ir muito além daquilo que me espera, mas isso não significa que eu queira ir acompanhada por alguém de sorriso fácil. Sinto saudade das pessoas de riso fácil que conheci, das pessoas que me fizeram bem, dos momentos felizes que tive ao lado dessas pessoas. Mas eu não as quero de volta. Não quero porque, por culpa delas, eu desconfio de todo e qualquer sorriso fácil que me aparece entre uma música e outra.
Quem disse que a dor não faz a gente crescer?
Passei da fase da ferida mal curada, que qualquer brisa despertava aquela ardência insuportável e, argh, essa ferida cicatrizou porque eu cansei de esperar o tempo como se fosse um carrossel colorido me prometendo sonhos cor-de-rosa.
É... O tempo passa rápido demais, e a gente vai descobrindo e redescobrindo maneiras de se proteger. E porque não descobrir que estar sozinho, às vezes, é muito melhor? 
Eu sempre quis um amor. Sempre quis amar, ser amada. Mas eu sempre quis isso de uma maneira diferente. Nunca quis ter um amor para sair de mão dada com ele mostrando ele pra todos os meus amigos, me gabando por estar feliz com um cara legal que me bajula o tempo todo e gruda em mim mais do que um chiclete. 
Eu sempre quis um amor porque sempre imaginei que a única companhia do mundo que nunca me faria mal é a companhia de um amor de verdade.
Não sei você, mas eu não curto me socializar, e isso tem causado diversos problemas.
Eu amo o que faço, amo conhecer pessoas que gostem das mesmas coisas que eu, amo conversar sobre música, livros, cinema, escritores, coisas da infância. Eu realmente amo aconselhar, falar do que sei e do que ainda quero saber, conhecer, viver. 
Mas tudo isso é apenas um momento, como quando você tá na fila do banco esperando ser atendido, ou na fila da padaria esperando o pãozinho quente. Aquilo passa, as pessoas saem, seguem suas vidas. E o que te sobre? O teu amor.
É pra ele que você vai correr quando chegar em casa, é pra ele que você vai contar que a tia da fila do pãozinho da padaria estava dando em cima do padeiro, e no colo dele você vai querer dormir depois de uma longa conversa.
O problema é que as pessoas aprenderam - não sei com quem - que as pessoas lá de fora, principalmente as de riso fácil, são dignas de confiança, devoção, dedicação e ão, ão, ão.
Desculpa, eu não sei confiar assim. Eu não sei me entregar assim. Eu não sei.
Eu gosto do silêncio, prefiro o vazio, nem sempre estou pra conversas agitadas nem gargalhadas escandalosas.
Pode ser que quando eu estiver querendo isso, você não queira.... Porque eu gosto de contrariar. É mais forte que eu.
Eu falo o que penso, sou transparente, não gosto de pessoas desleixadas, nada mais me irrita que a falta de dedicação em qualquer coisa. Se você não quer se dedicar, não faça.
Sou sincera, de poucas ou muitas palavras. Nunca me esqueço do dia que fiquei calada enquanto uma pessoa falava coisas horríveis pra mim, e depois briguei quando me zuaram porque o São Paulo estava perdendo pro Corinthians de 3 x 0. Meu avô me olhou sorrindo e disse que sou como ele. Posso ser brisa ou vendaval, só depende de como e quando você me vê passar.
Não venha me julgar porque não costumo sair nas fotos da 'galera', porque sou isolada, porque penso demais, porque sou quieta demais, porque sou intensa demais. Porque, porque, porque.
Eu sou feliz assim e isso me basta. E devia bastar pra você, já que tem uma mosca defecando no seu nariz e você não vê.
Eu sou assim desde sempre, e não quero mudar. Tente me conhecer, eu não vou te tratar mal - desde que você não me venha com assuntos torpes.
E se você é de sorriso fácil, vive tagarelando, gargalhando por tudo e por nada e dizendo que ama todo mundo, e ainda me vem com o papo de que tudo isso é porque você é feliz, saiba que eu não acredito nisso. Felicidade é um estado de espírito, e eu realmente espero que você seja um ser humano com preocupações, dúvidas, medos, como qualquer outro. E assim como qualquer outro ser humano, você também precise levar a vida um pouco a sério.
Tenho medo de pessoas assim, porque pessoas assim não tem noção do que dizem, não pesam as palavras e saem ferindo como se machucados cicatrizassem da noite pro dia, como se, depois de cicatrizados, eles não deixassem marcas eternas. E foram exatamente essas pessoas que me ajudaram a ser o que sou hoje. E sou grata a elas, de qualquer forma, pelas dores, decepções, ilusões, noites intermináveis.
Porque foi pelo sorriso fácil de cada uma delas que eu descobri que só quem realmente faz parte do meu mundo são aquelas pessoas que me aceitam exatamente do jeito que eu sou.


Quando sair, apaga a luz e feche a porta. E me faça o favor de não sorrir.

domingo, 24 de julho de 2011

Can't Take My Eyes Off You

Eu lembro que era uma noite como outra qualquer. Depois de um telefone eu demorei um pouco pra dormir - já que eu nem lembro quando foi a última vez que peguei no sono sem ouvir a voz dele -, e naquela noite eu tive que dormir sem ouvir a voz dele. Foi terrível. Eu virava de um lado, virada do outro, e nada do sono chegar. Peguei o celular várias vezes, discava o número dele, mas não apertava SEND. Eu não podia. Ele tinha me dito que estava na festa de aniversário da prima dele, acabaria tarde e ele dormiria na casa da tia. Eu não queria aparentar a namorada chata - não que eu não seja, mas só ele sabe disso.
Acho que de tanto me dobrar e desdobrar na cama tentando encontrar uma maneira de conseguir pegar no sono, eu acabei dormindo. A noite passou muito rápido - não que eu tenha visto passar, mas é que eu mal fechei os olhos e o sol já estava raiando.
Minha mãe veio me acordar com um sorriso desconfiado dizendo que precisava sair com meu pai e que voltaria em 40 minutos e a mesa do café da manhã tinha que estar posta.
Não gosto de ser acordada às 07:00 da manhã pra arrumar a casa, isso eu faço depois das 10:00. Mas como eu já estava acordada e demoraria cinco horas pra pegar no sono de novo, resolvi levantar.
Lembro que vesti uma calça jeans, uma segunda pele preta e uma blusinha listrada por cima. Era Outubro de 2010, o inverno já tinha passado, mas eu ainda sentia frio.
Dei uma sacudida no cabelo, olhei a minha cara pálida enquanto escovava os dentes, e fui preparar o café.
Ouvi o motor do carro do meu pai, a Fanykita fez o escândalo de praxe que ela sempre faz quando meus pais estão chegando, e eu continuei na cozinha. O pai estacionou o carro na garagem, a mãe entrou em casa primeiro e ela estava estranha, achei que meu pai tivesse comprado kinder ovo pra me fazer uma daquelas surpresas engraçadas quando ele entra em casa segurando o kinder ovo como se fosse me entregar pra uma criança de cinco anos.
Eu apareci na porta da sala e meu pai segurava a porta do carro enquanto ele saía. Ele, o seu óculos, a sua mochila, e um sorriso que quase me fez desmaiar.
Eu mal pude acreditar.
Na noite anterior ele tinha me dito que estava no aniversário da sua prima, e naquele momento, lá estava ele, bem na minha frente, me olhando como quem olha um eclipse. Eu não tive outra reação além de dar um sorriso sem graça e abraçá-lo rapidamente antes que minhas patelas resolvessem ali mesmo caírem.
Eu queria ficar ali olhando ele por um bom tempo. Olhando por toda a minha vida.
Eu corri pro meu quarto e pulei na minha cama. Fiquei pulando em cima da cama como uma criança feliz. Eu não queria aparentar tanto nervosismo - o que foi inevitável - , mas eu precisava extravasar de alguma forma.
Cansada, eu sentei na beira da cama e naquele momento eu percebi que a vida, apesar de bruta, ela pode ser mágica.
Depois de tudo o que eu tinha passado, depois de todos os choros, decepções, ilusões, textos e músicas, eu respirei fundo e entendi que o que estava em mim era o que eu realmente precisava. Eu vi que tudo tinha passado, mas o que ficou era o que realmente me importava.
Ele estava ali. E não importava que eu tinha sido deixada uma vez, ele estava ali e alguma coisa me dizia que ele não faria igual.
Eu pensei nele durante todos aqueles meses imaginando que seria mais uma de minhas alucinações românticas, mais um dos meus quase sonhos realizados. Só de pensar que ele estava na sala, a poucos passos de mim, meus olhos marejavam.
E eu a pensar que aquela cicatriz deixada doeria horrores nos dias de chuva, que eu passaria o resto da vida olhando pela vidraça molhada pela chuva e lembrando de como eu poderia ter sido feliz. Mal sabia eu que a felicidade eu ainda não havia conhecido.
Eu ouvia aquela voz todos os dias, e eu tentei afastá-la de mim. Como eu tentei. Joguei sobre ela todos os meus medos, traumas, coisas travadas, coisas duras. E isso só me fez sentir mais amor.
Naquele instante, sentada ali, sentindo o cheiro do lírio que estava embaixo da janela do meu quarto, eu aceitei que eu não podia mais negar o que eu sentia. Respirei fundo e fui pra sala.
Ele estava sentado, arrumando o óculos, com cara de quem não estava envergonhado.
Eu sentei tensa ao lado dele, olhei-o por alguns instantes e tenho certeza que não pude conter meus olhos marejados.
Ele encostou na minha mão direita, que estava sob o sofá, e pareci levar um choque. Ele insistiu e a segurou e somente ele, com todo aquele jeitinho especial, consegue esquentar as minhas mãos.
Ele olhos os meus olhos como quem olha um aquário procurando peixes coloridos, e disse que me amava.
Eu queria tanto ele ali. Eu desejei por meses seguidos olhar ele sentado ao meu lado, eu me aproximei e encostei no ombro dele. Ele me abraçou como se nunca mais fosse me soltar, e sussurrou que nunca me deixaria.
Eu tinha esperado dezenove anos por aquela frase. Mas não somente pela frase, pelo momento, pela voz, pelas mãos, pela intensidade. Havia amor naquilo. Muito amor. E eu quis chorar litros no ombro dele, dizer o quanto eu esperei por ele, e como eu temi nunca encontrá-lo. Como eu temia os famosos desencontros da vida.
Mas você me encontrou, True. Me encontrou e me amparou.
E hoje, ao te ouvir novamente, você sussurrou a promessa que me fez aquele dia. E dessa vez eu chorei litros.
As pessoas prometem e continuam a vida como se nada tivesse acontecido. Eu sempre pensei que promessas são mais que compromissos. São coisas que te incomodam até que sejam cumpridas. Se você prometeu você perde o sono, a fome, você emagrece, engorda, fica ansioso, rói as unhas, morde os lábios... Promessas deviam incomodar.
E se você prometeu e ainda não é hora de cumprir, você se lembra da promessa todas as vezes que olha a pessoa.
E de tudo o que eu já ouvi, vi e vivi com você, hoje foi um dos momentos mais lindos. Você lembrou da promessa, e sussurrou com embargo na voz, como se faltasse pouca coisa para que as lágrimas finalmente rolassem pelo seu rosto.
Eu me lembro que quando você foi embora - levando um pedaço de mim - , eu fiquei por semanas ouvindo 'Can't Take My Eyes Off You - Lady Antebellum' porque me lembrava o seu cheiro. E hoje, quando resolvi postar esse texto, voltei a ouvir essa música e sentir o seu cheiro.
Resolvi vir aqui escrever porque, assim como eu, você ainda preza pelos detalhes, e são esses seus detalhes que me fazem te amar mais do que cabe em mim.
É amor, porque, se não fosse amor, não haveria saudade nem o meu pensamento o tempo todo em você.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meus 20 anos



Quando eu completei 16 anos eu resolvi ter um blog. Ou seja, faz quatro anos que sou blogueira. Digamos que uma blogueira um tanto diferente que em tempos atualiza seu blog diariamente, outros tempos semanalmente, e outros ainda anualmente. Normal pra mim que sou inconstante. A questão é que eu sempre postei um texto em todos esses meses de Julho que se passaram falando do dia do meu nascimento. E aí que esse dia chegou, passou, já é dia 11 e eu to aqui enrolando pra postar o texto. No entanto, hoje eu estou esperando o carro do CORREIOS que está demorando uma eternidade pra chegar e entregar o presente do meu namorado, eu imprimi o histórico do CORREIOS que diz que a minha entrega já saiu e daqui a pouco esse histórico vai pra minha agenda. O meu namorado disse que se eles não entregarem hoje eu posso processá-los. Isso não me tranqüilizou. Não quero brigas judiciais, quero o presente. Só isso.
Mas, enfim... Completei 20 anos. Tá. Não senti nada diferente, como não senti quando completei 18 anos. Eu já havia passado pela experiência dos 18 anos, e não esperei dos 20 anos grandes mudanças interiores – eu lembro o quando fiquei frustrada quando percebi que a única coisa que mudou quando completei 18 anos foi a possibilidade de abrir contas em bancos e, logo, atrair dívidas; tirar a habilitação – que se tornou uma lenda - , e responder pelos meus atos. Só isso.
As regras rígidas de horários continuaram, o limite de tempo no computador, as louças depois do almoço e da janta, a Sara usando minhas roupas e acessórios, eu me achando magra e meu corpo me avisando que iria se desenvolver só depois dos 21 anos.
O que realmente mudou foram os cheiros, os lugares e as pessoas. Quando completei 18 anos, planejei minuciosamente cada detalhe dos meus 20 anos e nada foi sequer parecido com meus planos. A começar pelo lugar, já que não sinto cheiro de mar e areia desde dezembro do ano passado.
E digamos que esse aniversário foi um dos mais intensos e sinceros que já tive. Deus guardou essa data pra me fazer recordar da Sua eterna fidelidade e no Seu amor incondicional por mim.
Não pelos presentes, mas pelas pessoas.
Meu pai foi um fofo. Fingiu esquecer do meu aniversário durante todo o dia, pra no final da noite chegar em casa e me pegar no colo, orar por mim, me sentar no sofá e me dar coisas que eu jamais pensei que ele fosse lembrar que eu gostava. Ele me deu o bolo Pullman com gotas de chocolate que eu não comia desde os 8 anos de idade, me trouxe aquele refrigerante caçulinha que eu levava pra escola, me deu uma barra de chocolate branco GALAK – era pra ser LAKA, mas ele é péssimo com nomes de produtos - , me deu uma barra de diamante negro, uma bandeja de uva passas e outra de ameixas, uma caixa de bombons, e quando eu pensei ter acabado, ele tirou do bolso o MP3 que eu tinha pedido desde o começo do ano e meus olhos marejaram. A mãe fez meu prato preferido e a Sara me fez rir o dia inteiro. Eu não poderia ter uma família mais perfeita.
Quem diria que eu completaria 20 anos amando e bordando coisinhas pro meu enxoval? E pensar que Deus usou você, Tharsis Novais, pra me ensinar a amar e me mostrar que a vida não era aquela coisa chata que eu pensava. Você e toda a sua melodia me encantaram e hoje eu já não sei como é viver sem ter você e todas as suas manias e surpresas que quase me matam do coração. Obrigada por ter feito dessa data um dia lindo, doce e completamente inesquecível. Eu te amo e amei as trufas, a surpresa, o sapato – que provou que você realmente sabe o tamanho do meu pé já que mandou um 35 mesmo eu dizendo que calço 36 e o sapato calçou meus pezinhos perfeitamente - , e eu amei o que sempre mais me cativou em você: as palavras. Amei as coisas lindas que você me disse, os mimos logo pela manhã, as músicas que você fingia esquecer as letras e as tantas outras que você cantou pra mim. Tudo perfeito, amor. E só ficaria mais perfeito se você estivesse aqui comigo pra eu apertar suas bochechas gostosas. Te amo muito.
E a festinha aqui em casa? O bolo foi eu que fiz com muito amor e modéstia a parte, TAVA MUITO BOM! :P
E a Nanny? Que fez um drama lascado me escondendo o que tinha comprado pra mim durante toda a semana e quase me matando de curiosidade? É bom saber que Deus reservou amigos que estariam ao meu lado independentemente do meu jeito espalhafatoso e desajeitado. Obrigada pelo cartão maior que VOCÊ, pelo livro, pelos abraços, pelas 800 mensagens que você me mandou durante todo o dia, pelos papos cabeça, por me ouvir, por me fazer te ouvir, e por estar aqui, ao meu lado, sempre. Deus nos fez irmãs de alma.
Digamos que estou vivendo aquela boa fase da vida de qualquer ser humano. Estou aprendendo, estou vivendo, to sofrendo de saudade, to amando mais que cabe em mim, to buscando, to esperando, to cantando, to trabalhando, to bordando, to fazendo o que eu sempre quis fazer e não conseguia.
A Denise que não se esqueceu desse dia, que estava aqui comigo, não como esteve lá em casa nos meus 19 anos, mas esteve comigo, de alguma forma, como sempre está por esses 5 anos de amizade. A nossa amizade superou aquele tempo de conhecimento, de se suportar, e hoje a gente, finalmente, se entende. Obrigada por continuar aqui. Te amo, broto de gente.
As palavras dos meus pastores foram simplesmente lindas, os abraços dos meus irmãos na fé, a surpresa da Renata e da Li chegando com o carro com o som na maior altura cantando parabéns junto com as crianças por quem sou apaixonada: Mimi, Vi e Lauren. As brincadeiras, o DVD do Renascer Praise tocando durante toda a festinha, a caixa de bombons da Tia Lili. Era como se toda a minha família finalmente estivesse unida aqui em casa. Foi plenamente satisfatório vê-los aqui ao meu lado.
Eu posso ter me esquecido de algumas pessoas, mas ficou gravado em mim. Poderia ter sido uma festa de arromba, de parar a cidade, se não tivesse sido como foi, não seria tão perfeito.  Eu sempre falei da história do trem, que a gente sempre aprende a sobreviver sem algumas pessoas. Mas toda regra tem a sua exceção. E que fique constado aqui: nem sempre você aprende a conviver com todas as pessoas, e a sobreviver sem algumas. É fato e é isso que tem me feito assim.
O sol agora está indo embora, quase se escondendo por detrás da montanha, são exatamente 17:16 hs, e eu desejo que esse sol que teima a brilhar todas as manhãs ilumine os corações cinzas de quem está como um dia eu estive, e que aquela esperança de que as coisas finalmente um dia vão mudar renasça e te faça respirar fundo e sentir paz. Porque Deus sempre continua sussurrando: “Não desista, o melhor ainda está por vir”.
E é essa força que vem do amor que Deus me deu, da família que Deus me deu, dos amigos que Deus me deu, do lugar que Deus me deu e de tudo o que Ele tem pra me dar que me faz ver que o que eu tenho aqui dentro é maior, muito maior que todos os ventos contrários.
Eu vim aqui mesmo dizer: MUITO OBRIGADA!
Obrigada porque vocês me fizeram viver toda essa mistura de sentimentos que me trouxeram a felicidade que eu jamais pensei que fosse sentir.
Quando sair, apaga a luz e fecha a porta.
E você, meu amor, fica aqui comigo pra sempre.

sexta-feira, 24 de junho de 2011


             



''— E você, por que desvia o olhar?
--Porque eu tenho medo de altura.
Tenho medo de cair para dentro de você.
Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura.
Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor.
Mas, hoje, não encontraram pedra.
Encontraram flor.
E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.

— Ah. Porque eu sou tímida."








.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Muitos virão

Então, estou passando aqui por uma causa nobre.
Meu namorado, o Tharsis Novais, resolveu criar um blog e deixar fluir todo o seu lado blogueiro e, pelo jeito, está dando muito certo.
Ele escreve super bem, e escreve sobre temas cristãos que nem sempre debatemos e deixamos passar em branco. Buenas, não estou dizendo tudo isso porque ele é meu namorado, se o blog fosse ruim eu diria. ;)
Portanto, resolvi divulgar aqui também o blog dele.
Lendo meus textos introspectivos e dramáticos você pode até se encontrar, mas lendo os textos dele super esclarecedores, você pode se encontrar com o Cristo que a Bíblia nos revela.
É isso, sigam o blog http://muitosvirao.blogspot.com/ e comentem!
Afinal, vivemos em um tempo que precisamos de apreciadores da arte da escrita.

Apaga a luz quando sair e não bata a porta.

domingo, 19 de junho de 2011

Eu e as lembranças

Hoje eu descobri que as flores crescem mais rápido quando ouvem música, e aí que eu entendi porque as margaridas do vô sempre cresceram rápido e lindamente.
Engraçado, né? Alguma coisa sempre faz falta. E como por um equívoco, eu senti falta de tudo o que você não foi pra mim. De tudo o que você fez questão de não ser pra mim. De todas as vezes que eu, com esse meu olhar marejado desde o momento que abri os olhos pra vida, te olhei com ternura esperando que você tirasse meus sonhos das minhas gavetas e realizá-se-os - já que você era o único que podia.
Eu fugi de escrever sobre isso que tem me atormentado durante toda a semana, até que o meu namorado mandou eu respirar fundo, ouvir uma boa música e fazer o que de melhor eu sei fazer: ser eu mesma.
Eu sei que, daqui a pouco, eu esqueço esses pontapés, chutes, tapas e golpes baixos que a vida me deu e que ainda pode dar, e eu vou por esse meu sorriso sem jeito no rosto, cantar uma música qualquer e continua vivendo e sonhando com as coisas que você nunca se importou. Na verdade, hoje eu sinto como se mil pessoas se importassem comigo, menos uma. E, de alguma forma, era a única que eu necessitava que se importasse.
Eu martelei uma porção de coisas pra escrever e pra te dizer durante toda a semana, dessas que não se diz costumeiramente. Mas, eu travo.
Eu sempre travo diante de você e do seu ar de sou-bem-maior-que-você. 
É tarde demais pra você se importar. 
É estranho pra qualquer um me observar e ver o quanto me sinto um peixe fora do aquário perto de vocês e de todos esses que fazem parte de você.
Eu me esforço, prometo. Me esforço - mais do que pensei que podia - pra tentar te aceitar e entender o porquê de todas as palavras, olhares, atitudes, mas eu não consigo.
E cada vez que eu tento dói, dói mais ainda ver o quanto de amor carrego aqui dentro. Dói saber que se você me olhasse com um pouco de amor e abrisse um pouco os braços eu correria chorando pra te abraçar prometendo esquecer tudo o que me fez, o que me falou... Porque, por mais que você e todo mundo negue, um pouco do teu sangue corre aqui nas minhas veias, e as nossas almas são ligadas como devia ser as almas de todos que fazem parte de uma família.
E eu sou essa pessoa de coração mole e pequeno tentando guardar todo mundo aqui dentro, tentando não viver das más lembranças, mas encontrar nas boas lembranças um motivo pra continuar acreditando.
E mesmo depois de tudo ontem, eu continuo acreditando que a gente um dia vai se olhar nos olhos e se reconhecer, como toda sobrinha reconhece um tio, e todo tio reconhece uma sobrinha.
E o que você faz com os seus sentimentos, fantasias e essa necessidade vital e instintiva de amar?
Você ama. Você deve amar, mesmo que te doa. Deve amar.






Quando sair, apaga a luz e fecha a porta em silêncio.





@mayfreire

















terça-feira, 7 de junho de 2011

Esconderijo

Sempre vai existir essa incansável busca por alguém que escute suas histórias, seus medos, seus fracassos, seus sonhos. Alguém que lhe escute. Não é fácil encontrar, mas não é impossível. Não é rápido, mas também não é eterna a busca. 
Um dia você encontra uma voz doce que te acalma, alguém que sorri pra você e te abraça sem ao menos se mover, encontra um olhar terno que te faz derreter só de olhar, encontra palavras que sempre quis escutar. Palavras que sempre disse mas não costumavam dizer pra você. 
Quando isso acontecer agarre, cuide. Porque você acabou de encontrar seu mais lindo esconderijo.



Se é pra amar me ame de verdade, se é pra viver que seja juntos, se não for assim nunca mencione tal frase “eu te amo”, pois para algumas pessoas ela pode siginificar o mundo. 
(500 dias com ela)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Saudade


Eu sempre quis falar um pouco sobre a Saudade. Mas, como escrever sobre algo que não se pode explicar e nem mesmo se sabe que realmente está sentindo?
Sabe quando você está pensando em uma pessoa e de repente tudo te lembra ela? Você passa numa avenida e vê uma criança brincando, então você relaciona aquilo com quem você pensa, ou então quando da aquele aperto no peito e você enche os olhos d'água lembrando de quem te faz falta. Então... Isso não é saudade, é qualquer coisa menos saudade, isso é Lembrança!
Eu disse e vou repetir, saudade é sem explicação! Não dá pra dizer com poucas palavras. Talvez alguém, algum dia, escreva um livro de 3 mil e tantas páginas tentando explicar o que seja a Saudade. Ou então, talvez um estudo científico sobre o assunto traga algum resultado satisfatório sobre isso. Mas até agora tudo que eu entendo de saudade não tem me satisfeito, porque ultimamente venho sentindo uma coisa tão forte e tão intensa, que realmente não sei do que se trata, então comecei a desconfiar que pode ser Saudade.
Não posso dizer o que é, mas posso dizer exatamente o que estou sentindo. Eu acordo pela manhã sem conseguir pensar em nada, isso mesmo, pensar em nada. O coração fica apertado o tempo inteiro, e não importa o que aconteça, tudo te irrita, tudo de dá raiva e você não consegue pensar em nada, você apenas quer deitar e você sente mais falta ainda de quem te faz falta. Mas não é exatamente sentir falta, é algo que, nem eu sei dizer. É como se vc tentasse pensar em algo e o teu cérebro trouxesse todas as lembranças de uma vez do que você quer, mas você não tem condição de ver tudo de uma vez, então tudo isso fica embolado na sua cabeça, fazendo a maior bagunça, te dando uma vontade de chorar, misturando com uma vontade de gritar, vontade de ligar, vontade de estar perto, de querer mais, de correr, de saudade.
Mas não se preocupe, só é possível sentir isso, quem está amando. E de fato, você só pode dizer que ama quando tiver saudade. Não diga que sentir falta, chorar, ou lembra é saudade, porque saudade é muito mais que isso, é mais do que você pode pensar, é mais do que você pode imaginar, é maior do que teu coração, é maior do que você, é algo que quando você sentir, vai dizer: "não sei explicar o que é isso, não sei o que estou sentindo".
Sabe quando você escreve algo na beira da praia? A saudade é do mesmo jeito, ela vem com marcas fortes, pesadas e profundas, mas como na areia da praia, vem o mar, passa por cima, então fica bem fraco, aí a água vem mais uma vez e apaga, então você olha pra o horizonte, diz como aquilo é tão lindo e perfeito, aí você continua a caminhar até de dar vontade de escrever novamente.
Saudade pode ser isso, não dói, não mata, não te afunda. Saudade é inexplicável e faz bem, muito bem.
Por isso eu te amo muito, meu bem! Sinto muita tua falta! Sinto tanta, tanta, tanta saudade!

Vem que o cobertor já está quente, pausei o filme e estou te esperando pra começar.
Ei! Apaga a luz.

sábado, 16 de abril de 2011

Eu preciso de você.

E eu estou aqui sob efeito do remédio, lutando contra o sono – já que dormi a tarde inteira e continuo com sono -, e lembrando de mim há meses atrás. Na verdade, estou sentindo uma saudade insuportável da peça que faltava no meu quebra cabeças, da metade da minha laranja, da cutícula da minha unha, dessa minha metade toda amor que me fez a pessoa mais feliz do mundo.
Eu me lembrei de mim, lembrei das minhas filosofias – aquelas que eu criava sobre tudo e qualquer coisa que pudesse fazer o ser humano sentir qualquer coisa -, lembrei das muitas vezes que achei que amar era só conseguir ver, e desamar era só não ver mais. Lembrei de como sempre foi fácil pra mim largar tudo e seguir outro rumo, jogar tudo pro alto sem me importar se iria voltar ou não. Simplesmente virar as costas e esquecer de tudo. Deixar tudo guardado num baú que eu abriria num dia chuvoso, onde eu não teria nada pra fazer além de rever umas fotografias e reler algumas cartas, tomando um chocolate quente debaixo de um edredon qualquer. Eu sempre fui de esquecer das pessoas com tanta facilidade. Não que eu não amava, que eu não me importava, mas eu sinto que fui treinada – mesmo que inconscientemente – a descer do trem e deixar que as pessoas que eu amo continuem nele. Fui treinada a descer do trem sem olhar pra trás, parar na estação, observar o trem ir embora e não sentir dor. Eu sempre soube que passaria outro trem, e eu conheceria outros que me fariam felizes, de maneiras diferentes, mas me fariam.
E depois, quando o vazio da saudade batia, eu olhava o céu, suspirava, colocava o vazio no bolso e ia ouvir uma sinfonia, assistir um filme ou ler um bom livro. E seguia. Sempre segui. Sempre segui achando que jamais encontraria um olhar que me faria ficar no trem, que faria todos os meus caminhos me encaminharem pra um único lugar. Sempre segui achando que jamais seria pouco dizer que amo, que quero, que preciso, que desejo. Segui jamais imaginando que seria tão pouco qualquer palavra perto do que eu fosse sentir.
Você foi lindo comigo. Lindo, mesmo distante e tão perto. Me estudou e sabia exatamente que qualquer surto que eu pudesse ter era um sinal de que eu estava reagindo, de que eu estava me aproximando de tudo de novo. Aquelas inúmeras vezes que você me olhou quase sorrindo, me curaram e me fizeram sonhar que um dia nosso encontro iria acontecer inteiro.
E eu deixei de buscar em filmes, músicas, livros e bonsais aquele certo tipo de consolo que eu jamais encontrei. E eu voltei a ter o gosto doce de menina romântica, e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Fazia tempo que eu não parava pra escrever qualquer coisa, ouvindo uma boa música.
Estou pensando em você. Eu penso, repenso e trepenso em você. E eu apenas fecho os olhos, e te sinto mais perto. Bem perto. Cheirando o meu cabelo e sussurrando que me ama, e que eu tô linda mesmo com os olhos inchados e com o nariz vermelho depois de tanto chorar de saudade.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Tempo


Este não é um texto científico, muito menos filosófico, este é um texto sobre algo sem definição, mas existem variações sobre, muitas sem sentido, muitas que fazem bastante sentido, muitas que apenas lemos e dizemos "tudo bem", outras apenas dizemos "é perca de", TEMPO.
Escrevendo este texto comecei a perceber o quão estranha é a palavra Tempo, a partir de agora, toda a minha idéia sobre o significado que eu queria para este texto foi jogada fora, porque um Tempo se passou e o meu pensamento mudou. Pensar e Tempo, que grande relação isto tem? Realmente eu não sei, mas sei que é grande, porque de acordo o tempo passa você pensa e seu modo de pensar muda, e só muda porque o tempo passa.
Nós, seres humanos, de fato, somos limitados. Aí você acaba de dizer "que grande descoberta, hein?". Então eu te pergunto "somos limitados a que?". Então aí vai uma informação: somos limitados ao "Tempo".
Para a ciência o tempo "é uma grandeza física de sequenciamento, mediante ordem de ocorrência", não é bem uma definição do que é para a ciência, mas uma idéia. Do ponto de vista filosófico o Tempo "é um evento psicológico do qual precisamos para realizar as coisas".
As nossas limitações não são desculpas para os nossos erros, mas somos claramente limitados ao tempo. O que você fez, pensa em fazer, quer fazer, não vai fazer, qual dessas coisas você não necessitará de tempo? Você simplesmente não pode fugir dele, não pode correr para que ele não te alcance, não pode fingir que ele não existe, nem pode achar que nunca será limitado por ele. Desde que você nem sonhava em nascer, seus pais, pensando ou não em você, precisaram aguardar nove meses para te ver. E será assim por toda a sua vida, acostume-se, você é limitado, mas isso não quer dizer que você deve parar de fazer o que está fazendo ou deve desistir de tudo porque nada agora não faz sentindo, pelo contrário, pare e pense no que tem feito ultimamente, como tem aproveitado o seu Tempo? O que você tem feito de bom pra você, para quem anda do seu lado, para a pessoa que você ama? Em que você tem pensando, o que você quer fazer, pra onde você quer ir, aonde você deseja estar?
Como você tem aproveitado os seus momentos? Lembre-se, você é limitado, e encare isso como uma vantagem, você pode viver os seus dias como se fosse cada um mais feliz que outro. Ande descalço, tome banho de chuva, se jogue no sofá, assista filme até as três da manhã, vire a noite jogando vídeo game com os amigos, quebre um copo, abrace seus familiares, pense como seu corpo funciona, observe as estrelas, pense porque o céu é azul, porque o mar não enche mesmo com os rios desaguando nele eternamente, pense porque você não pode correr deitado ou deitar correndo, pergunte, inspire-se, pense, aproveite, não exagere, não seja parado, não seja extrovertido demais, não seja fechado demais, não deixe de acreditar no amor, e por fim, é o maior conselho que posso passar para qualquer um, acredite em Deus, se não queria ler isso, apenas pense nisso, Deus existe.
Se você algum dia pensar que tudo está dando errado, reorganize-se, prepare-se, leia um bom livro, peça conselhos, saiba ouvir, aprenda a falar, meça suas atitudes porque elas falam mais que suas palavras, evite falar com ira.
Controle-se para que um dia, não venha a velhice e você diga: "se eu pudesse, eu voltaria o Tempo para fazer tudo diferente, para amar mais, pensar mais, colher mais, andar mais.".
As coisas não são tão ruins como muitas vezes pensamos, é que chega a nossa limitação e dizemos "não tenho tempo pra isso".

"Inevitável é a Tua Grandeza, Inquestionável é a Tua Justiça!"

Tharsis Novais
Te amo meu bem -> May <- meb uem oma eT

quinta-feira, 31 de março de 2011

O quase - Caio Fernando Abreu (apócrifo)

Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distancia e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à duvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


...

Buenas, só passei aqui pra postar uma coisinha bonitinha enquanto me inspiro novamente a escrever.
Semana SUPER agitada.
Pra quem quer saber sobre a técnica vocal: s_mayara@hotmail.com
Me manda um e-mail e a gente conversa.
Meu twitter: @mayfreire
Mimimimi
Beijos.

Quando sair, apague a luz e feche a porta. NÃO BATA A PORTA.


sexta-feira, 25 de março de 2011

Vem aqui.

Ei, senta aqui. Tá vendo como a sala dessa casa é confortável? Eu amo esse fim de tarde aqui... A cortina é verde e deixa um cheiro agradável na sala.
Sente a brisa entrando pela janela.
Engraçado...
Quando eu te vi pela primeira vez saindo daquele carro, com aquele óculos e aquela pasta que te deixava com uma cara de estudante irresistível, eu saí dizendo aos quatro ventos que eu te precisava independentemente se fosse perto ou longe.
Mas agora... Com essa brisa batendo em nosso rosto eu só consigo sussurrar que eu te preciso assim bem perto. Bem perto de mim.
Chega mais perto. Tá vendo meus olhos marejados? Todas as vezes que eu te olho eu penso o quanto vai valer à pena esperar todo esse tempo pra te ter comigo sempre.
Eu sabia, no fundo eu sabia, que continuando por aquele caminho por onde eu vinha eu tropeçaria em algo maravilhoso.
E eu não me arrependo de cada palavra, de cada olhar, de cada gesto. E eu nunca vou esquecer de cada momento, de cada encontro.
Eu me apaixono ainda mais cada vez que eu te olho. Acredite, se eu te olhar cem vezes, vou me apaixonar ainda mais cem vezes por você.
Segura a minha mão. Segura como naquele primeiro dia em que a gente sentou nesse mesmo sofá e pela primeira vez eu te olhei nos olhos. Naquele dia foi quando eu senti que amar não tem remédio.
Eu não sinto falta da Mayara que eu fui. Hoje eu só sei sentir falta de você, do seu cheiro, do seu abraço, do seu carinho.
Tá difícil. Pelo menos pra mim. Eu tô olhando tudo aqui agora e tá difícil. Mas quando eu penso em nós, nessa força que subestima tudo ao meu redor, quando eu penso nisso tudo eu penso que o nosso amor pode ser maior que todos esses ventos contrários.
Eu sentei aqui com você porque eu precisava te dizer tanta coisa. Mas agora, olhando os teus olhos marejados e as tuas mãos nas minhas, eu não consigo pensar em mais nada.
Me abraça e diz que você também quer isso, que daqui a pouco a gente vai rir de tudo isso e a gente vai estar feliz, ouvindo jazz e fazendo strogonoff.
Fecha os olhos. Meu avô dizia que quando se ama é mais fácil ver a vida de olhos fechados.
Sabe o que eu vejo quando eu fecho os meus? Você tirando alguma coisa do bolso do seu terno na porta da igreja. Eu só gostaria muito de saber o que é.
Eu amo seu sorriso.
Quer ver como a minha cabeça encaixa perfeitamente no teu ombro?

Eu amo você.






domingo, 13 de março de 2011

Eu descobri que estou amando porque não consigo dormir. Finalmente eu descobri que a realidade é bem melhor do que os meus sonhos. E sempre que penso em ser feliz ele me vem à cabeça.
Eu continuo andando por esse caminho, e mesmo que esteja cheio de obstáculos me sinto melhor quando passo por cada um deles. Como já dizia Clark "Se você encontrar um caminho sem obstáculos, ele provavelmente não leva a lugar nenhum".

E o sono tá pegando, o meu final de semana foi super agitado mas de um alívio tremendo.
Aí eu passei aqui pra ouvir um pouco de Ton Carfi, e olhar essa imagem:




Coisas simples que fazem parte de mim.




Cuidem-se.

E, meu amor, quando você chegar não precisa interfonar. Mete a mão na maçaneta e pode entrar. Tô com saudade.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Eu deixo

"O que você faria se não tivesse medo?"
(Richard Bach)

Ta aí, foi essa a pergunta que me fizeram hoje pela manhã.
E, por incrível que pareça, o @Literatuitando postou isso agora a tarde.
Eu poderia passar o resto da tarde escrevendo coisas que eu, você e qualquer outra pessoa faria se não tivesse medo, se as pernas não bambiassem, se o coração não disparasse.
E sentir esse medo não significa ser covarde. Eu posso não querer machucar, não querer afastar, não querer destruir. Eu posso ter medo de destruir tudo o que de bom e saudável cresceu entre a gente.
Em certas horas, você faz coisas que não queria fazer por quem você ama. Você deixa que levem tudo aos trancos, de qualquer jeito, sem se importarem se é assim que você quer... E você deixa porque você ama. Porque eles estão felizes levando tudo assim.
Hoje eu passei o dia dentro de casa arrumando as coisas, lendo, escrevendo, ouvindo jazz e bordando. Hoje choveu e fez um friozinho gostoso que teimou em me empurrar mais pra dentro de mim. Nesses dias eu penso nessas vontades loucas que eu tenho de fugir, e nesses impulsos de voltar no minuto seguinte. Penso nas coisas em que preciso me adaptar.
Se, hoje, eu não tivesse medo eu estaria bem longe daqui. Longe dessa fumaça cinzenta, desse barulho ensurdecedor e dessa solidão insuportável.
Eu estaria longe dividindo chocolates, beijos, erros, bobagens.
Eu iria além de tudo o que me espera e curtiria como nunca os meus sonos demorados e minhas insônias intermináveis.
Adaptar. Isso dói, isso me machuca e isso não é legal. Não digo que vou superar todas essas mudanças impertinentes, mas posso superar o vício de falar disso sempre.
Eu vou me moldar a tudo isso e eu aposto que, quando não estiver doendo mais, as coisas vão mudar de novo. É ciclo, é sina.
E eu fico aqui com meu bonsai, meu umbigo e tudo o que me diz respeito. Fico aqui com toda a minha saudade e o meu amor de sempre.
Deixa a janela aberta pro ar circular um pouco nesse quarto quase escuro, encosta a porta e não desligue o som.




Twitter: @mayfreire
http://www.formspring.me/freiremay pros desocupados de plantão
E, por favor, quer utilizar meus textos... Fique à vontade, mas coloca a PORCARIA dos créditos se não eu mando a federal atrás de você, cáspita!

Faz tempo que não mando beijinhos, né?
Então, beijo pro mon amour que me deixou alone in the dark, Tharsis. Saudade, gigante.
Fernanda, melhoras minhas flor.
Chris, boas constantes mudanças.
Personas da Ebenézer.
Rodrigo, que vai me ensinar a composição do feijão pra eu nunca mais perguntar o que é platina. Cara pálida.

Cuidem-se. E eu NÃO estou de bom humor.






quinta-feira, 3 de março de 2011

A metade de um ano

Andar. Compartilhar. Brigar. Gritar. Sorrir. Sonhar. Planejar. Brincar. Morder. Amar. Beijar. Abraçar. Pular. Conversar. Passear. Chorar. Telefonar. Buscar. Mandar. Sofrer. Querer. Desejar. Sentir. Dormir. Acordar. Ceder. Namorar. Casar. Pedir. Doar. Entregar.
Seis meses, amor. Seis meses de toda uma eternidade que Deus me reservou para passar ao seu lado.
Eu poderia escrever textos e mais textos falando o quanto me sinto completa ao seu lado e o quanto desejo todos os dias viver juntinho dôcê.
Mas não precisa de muita coisa pra todo mundo saber o quanto eu amo você.
Seis meses, metade de um ano.
E eu que sempre achei tão tedioso conviver com alguém do sexo oposto por mais de 10 dias, cá estou eu convivendo com você há seis meses e orando incessantemente pra conviver com você pelo resto da minha vida.

Tharsis Novais, eu te amo. Casa comigo? *-*

terça-feira, 1 de março de 2011

Ser amigo é ser corajoso

Eu gosto do que é simples, gosto de situações claras, gosto de olhares honestos e eu não gosto de me perder de nada disso. A questão é que nem eu e nem você temos o poder de controlar a força das coisas quando elas precisam acontecer e eu até posso sentir saudade das coisas que perco, mas não as desejo de volta. Penso que se já doeu uma vez, não compensa ter de novo.
Eu sempre falei que todo mundo se adapta a sentimentos, lugares, climas e amores, só não lembro de ter dito que isso dói. Adaptar-se dói.
Eu não sou lá a amiga que qualquer pessoas gostaria de ter. Se você quer a minha amizade, tem que querer a verdade, mesmo que ela doa. Mesmo que a realidade seja cruelmente dolorida. Porque eu aprendi a ser cruelmente realista, e isso também sufoca.
Eu nunca fui de me entregar a amizades, de sofrer com o rompimento de uma amizade... E se você quer ser meu amigo, você precisa saber disso.
Eu cuido, aconselho, empresto o ombro e sou loucamente insensata quando quero fazer um amigo sentir-se melhor. Eu faço companhia, sou engraçada - ou tento ser - , ouço músicas, leio textos, toco teclado e até ensino técnica vocal. Faço comida, limpo a casa, passo roupas e jogo Forca. Penteio os seus cabelos, escolho a maquiagem, palpito na roupa e ajudo você a colocar as suas pulseiras.
Brigo com você, te ensino a cozinhar, te mostro que antes de cortar o pepino pra por na salada é preciso tirar aquela 'espuminha' dele. Eu chego sem você perceber.
A questão é que eu sei que a amizade cresce, fica intensa e tudo mais, como qualquer outra amizade... Mas aí que na saída eu surpreendo.
Eu saio, sumo, desapareço como se nada tivesse acontecido.
Eu aprendi assim... Apesar de tudo, você chegou até a varanda da minha casa. Eu não deixo amigos entrarem. Eu não deixo crescer, não deixo tomar conta.
Eu posso contar segredos, fazer promessas e te dar presentes. Mas não vai doer quando você for embora.
Vira lembrança.
Não que eu trate isso como algo descartável. Eu só não deixo entrar em casa porque eu aprendi que se você entrar em casa eu posso me decepcionar.
Eu prefiro te ver ir embora me deixando com o seu doce, do que te mandar embora me deixando amarga.
É desnecessário sofrer por alguém que um dia vai embora. É desnecessário deixar alguém entrar em casa se não vai ficar pra sempre.
Toda casa só devia ter lugar pra dois e a minha já está devidamente ocupada, decorada e perfumada.
Você pode me chamar de monstro, mas desistir de não me decepcionar com as pessoas foi meu maior ato de coragem.
Eu posso ser sua amiga, mas não espere meu sofrimento ao te ver partir seguindo o seu caminho.
Ninguém me ensinou ou me motivou a isso. Eu me virei sozinha, aprendi sozinha, isso me endureceu um pouco mais.
Calos. Calos daqueles que não doem mais.
Me respeite. Tem coisas da gente que não são defeitos nem erros, são só jeito da gente ser.



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Você pode seguir a monstrinha no twitter:
@mayfreire
Pode fazer perguntas pra ela:
Pode visitar a página dela no Recanto das Letras:
E pode digitar o nome dela no Google e denunciar quem usa os textos dela sem colocar créditos.
Isso se você não tiver nada mais interessante pra fazer, claro.

Buenas, precisa eu mandar apagar a luz e fechar a porta?


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É infinito agora

Hoje eu acordei meio House. É, meio House. Digamos que um House com ovários doloridos.
Ta aí uma coisa totalmente desnecessária: ovários doloridos.
Tanto lugar pra sentir dor... Poupe-me.
Mas, tá... Eu não vim aqui pra escrever sobre isso, na verdade, eu já estava desistindo de digitar alguma coisa quando, por um súbito, eu lembrei de como eu postava com frequência nessa fubica todas as semanas e senti saudade.
Na verdade, eu estou com saudades de Floripa.
Eu reclamava dos motoristas de ônibus barbeiros, mas só aqui eu fui perceber o quanto aquela paisagem às sete da manhã me fazia bem. Deu saudade do cheiro, dos meus passos apressados pela Conselheiro Mafra, saudade da Marisa em frente à praça XV, saudade da praça XV.
Aqueles bancos da praça me lembram tardes que eu passei ali lendo livros, conversando, ouvindo música ou passando apressada do escritório pro banco, do banco pro escritório.
Aquele centro minúsculo, tudo compacto, tudo estava li.
Parecia que todo mundo era conhecido, que o centro era a sala da minha casa e o 'Café do Lado' aquele cantinho preferido da cozinha - e diga-se de passagem que o capuccino do 'Café do Lado' é o melhor de Floripa.
Saudade, simplesmente saudade.
E se Deus me permitir retornar, prometo não reclamar dos ônibus, nem do calor excessivo - tá. aí já é demais - , eu prometo prestar mais atenção nos detalhes que hoje me fazem tanta falta.
Pensa que é fácil dormir com um livro de planos e acordar sem nada em mãos? Apesar que eu já devia estar acostumada, minha vida sempre teve dessas surpresas... A questão é que eu acho que não fui feita pra isso.
Mas, de qualquer forma, com esse meu jeito impulsivo e desajeitado, tenho feito às cegas o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer.
Prefiro pensar que, inconscientemente, estou me afastando de tudo o que me engana ou me enganou, me atrasa ou me atrasou, me segura ou me segurou... Penso que saí pra ser feliz e não volto tão cedo. Assim fica mais fácil encarar as coisas com esse meu sorriso escandaloso, basta um desse e eu esqueço tudo - quase tudo - , só não esqueço da última lição: jamais, nunca, em hipótese alguma, pensarei novamente que sentimentos são coisas possíveis de serem controladas. Isso não.
E cá estou eu divagando sobre qualquer coisa. Isso também já é clichê, assim como as esquinas desse mundo redondo e a vontade interminável de que alguém se aproxime e diga que hoje eu não preciso me preocupar.
Aí entra a minha teoria de clichês não bem sucedidos que fica pra outra hora porque eu ando preferindo bordar que escrever.
Só sei que isso que eu tô sentindo hoje é infinito, independentemente do tempo que vá durar. É infinito e isso mantém meus sonhos entres as nuvens esperando que o Pai os conduza à realização, no Seu tempo.
E eu espero, pacientemente. Sim, eu espero. Sei que nunca fui de dizer essas coisas mas, eu não preciso que você acredite na minha mudança pra que eu mude. Cáspita.
E... Quer saber? Eu só sei dizer que, todos os dias quando eu acordo, Deus me dá um sorrisão e me diz: "Estou te dando a chance de tentar de novo e ser feliz". E eu tenho sido feliz, apesar de tudo. Eu tenho vivido uma coisa muito, mas muito boa. Aquela coisa que eu pensei que nunca fosse acontecer, e aconteceu. E coisas assim não acontecem num jardim de tulipas, costuma acontecer em meio a tempestade. Mas, daqui a pouco o vento passa e o vento muda tudo de lugar. E isso é bom.

Agora pode sair. E apaga a luz.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Então... Eu resolvi passar aqui pra tirar um pouco a poeira e dizer que eu estou viva, o que não significa que eu não esteja quebrada. Brincadeirinha... =D
Entonces, acho que a última vez que eu passei aqui foi ano passado, me preparando para viajar para a Bahia e passar o melhor final de ano da minha vida com o meu amorzinho *-*
Então, vamos às atualizações:
Eu estou namorando.
Minha vó teve o quarto derrame. Dessa vez paralisou todo o lado esquerdo do corpo dela, tem sido difícil para todos nós, principalmente pra ela e meu avô. Mas acreditamos na recuperação dela e nos muitos anos de vida que o Senhor vai dar pra ela.
Em fevereiro começa as aulas na faculdade e eu, sinceramente, espero poder estar lá no primeiro dia de aula, caso contrário, só em Julho.
Han... Quantos às outras novidades, não me pronunciarei até estar completamente segura.
Morram de curiosidade. Mentira, não morram.
São duas horas da manhã, o meu namorado NÃO voltou do bendito show que ele foi... Eu estou deveras preocupada e começaaaaaaaaaaaaaaando a me irritar.
E fazia tempos que eu não usava esse blog como um diário - pro desespero de todos.
Prometo que isso não acontecerá sempre. É só hoje que estou alone, batendo um lero com a Duda, falando de casamento e crianças - sim, agora eu costumo falar disso tranquilamente.
Bom... Eu queria mesmo escrever um texto decente, daqueles que eu deixo os dedos correrem livremente no teclado sem graça do note book do meu pai... Mas estou com meus joelhos fubicados e preocupada com o Tharsis então, fica pra outro dia... Quando tudo estiver mais empoeirado e eu decidir parar umas duas horas e escrever como antes.
Entonces...
Se você quiser me seguir no TUÍRER:
@mayfreire
se você quiser me encher a paciência fazendo perguntas idiotas:
formspring.me/freiremay

Boa noite... Se cuidem.
Tharsis Novais, eu te amo. Beeeijo *-*
Duda, Joyce, Josi, Cris, Ana... Vocês tem feito as minhas férias divertidas.
Denise, saudade.
Beeeijo pro resto da tchurma.
E apaga essa fubica de luz quando sair.