quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É infinito agora

Hoje eu acordei meio House. É, meio House. Digamos que um House com ovários doloridos.
Ta aí uma coisa totalmente desnecessária: ovários doloridos.
Tanto lugar pra sentir dor... Poupe-me.
Mas, tá... Eu não vim aqui pra escrever sobre isso, na verdade, eu já estava desistindo de digitar alguma coisa quando, por um súbito, eu lembrei de como eu postava com frequência nessa fubica todas as semanas e senti saudade.
Na verdade, eu estou com saudades de Floripa.
Eu reclamava dos motoristas de ônibus barbeiros, mas só aqui eu fui perceber o quanto aquela paisagem às sete da manhã me fazia bem. Deu saudade do cheiro, dos meus passos apressados pela Conselheiro Mafra, saudade da Marisa em frente à praça XV, saudade da praça XV.
Aqueles bancos da praça me lembram tardes que eu passei ali lendo livros, conversando, ouvindo música ou passando apressada do escritório pro banco, do banco pro escritório.
Aquele centro minúsculo, tudo compacto, tudo estava li.
Parecia que todo mundo era conhecido, que o centro era a sala da minha casa e o 'Café do Lado' aquele cantinho preferido da cozinha - e diga-se de passagem que o capuccino do 'Café do Lado' é o melhor de Floripa.
Saudade, simplesmente saudade.
E se Deus me permitir retornar, prometo não reclamar dos ônibus, nem do calor excessivo - tá. aí já é demais - , eu prometo prestar mais atenção nos detalhes que hoje me fazem tanta falta.
Pensa que é fácil dormir com um livro de planos e acordar sem nada em mãos? Apesar que eu já devia estar acostumada, minha vida sempre teve dessas surpresas... A questão é que eu acho que não fui feita pra isso.
Mas, de qualquer forma, com esse meu jeito impulsivo e desajeitado, tenho feito às cegas o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer.
Prefiro pensar que, inconscientemente, estou me afastando de tudo o que me engana ou me enganou, me atrasa ou me atrasou, me segura ou me segurou... Penso que saí pra ser feliz e não volto tão cedo. Assim fica mais fácil encarar as coisas com esse meu sorriso escandaloso, basta um desse e eu esqueço tudo - quase tudo - , só não esqueço da última lição: jamais, nunca, em hipótese alguma, pensarei novamente que sentimentos são coisas possíveis de serem controladas. Isso não.
E cá estou eu divagando sobre qualquer coisa. Isso também já é clichê, assim como as esquinas desse mundo redondo e a vontade interminável de que alguém se aproxime e diga que hoje eu não preciso me preocupar.
Aí entra a minha teoria de clichês não bem sucedidos que fica pra outra hora porque eu ando preferindo bordar que escrever.
Só sei que isso que eu tô sentindo hoje é infinito, independentemente do tempo que vá durar. É infinito e isso mantém meus sonhos entres as nuvens esperando que o Pai os conduza à realização, no Seu tempo.
E eu espero, pacientemente. Sim, eu espero. Sei que nunca fui de dizer essas coisas mas, eu não preciso que você acredite na minha mudança pra que eu mude. Cáspita.
E... Quer saber? Eu só sei dizer que, todos os dias quando eu acordo, Deus me dá um sorrisão e me diz: "Estou te dando a chance de tentar de novo e ser feliz". E eu tenho sido feliz, apesar de tudo. Eu tenho vivido uma coisa muito, mas muito boa. Aquela coisa que eu pensei que nunca fosse acontecer, e aconteceu. E coisas assim não acontecem num jardim de tulipas, costuma acontecer em meio a tempestade. Mas, daqui a pouco o vento passa e o vento muda tudo de lugar. E isso é bom.

Agora pode sair. E apaga a luz.