quinta-feira, 31 de março de 2011

O quase - Caio Fernando Abreu (apócrifo)

Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distancia e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à duvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


...

Buenas, só passei aqui pra postar uma coisinha bonitinha enquanto me inspiro novamente a escrever.
Semana SUPER agitada.
Pra quem quer saber sobre a técnica vocal: s_mayara@hotmail.com
Me manda um e-mail e a gente conversa.
Meu twitter: @mayfreire
Mimimimi
Beijos.

Quando sair, apague a luz e feche a porta. NÃO BATA A PORTA.


sexta-feira, 25 de março de 2011

Vem aqui.

Ei, senta aqui. Tá vendo como a sala dessa casa é confortável? Eu amo esse fim de tarde aqui... A cortina é verde e deixa um cheiro agradável na sala.
Sente a brisa entrando pela janela.
Engraçado...
Quando eu te vi pela primeira vez saindo daquele carro, com aquele óculos e aquela pasta que te deixava com uma cara de estudante irresistível, eu saí dizendo aos quatro ventos que eu te precisava independentemente se fosse perto ou longe.
Mas agora... Com essa brisa batendo em nosso rosto eu só consigo sussurrar que eu te preciso assim bem perto. Bem perto de mim.
Chega mais perto. Tá vendo meus olhos marejados? Todas as vezes que eu te olho eu penso o quanto vai valer à pena esperar todo esse tempo pra te ter comigo sempre.
Eu sabia, no fundo eu sabia, que continuando por aquele caminho por onde eu vinha eu tropeçaria em algo maravilhoso.
E eu não me arrependo de cada palavra, de cada olhar, de cada gesto. E eu nunca vou esquecer de cada momento, de cada encontro.
Eu me apaixono ainda mais cada vez que eu te olho. Acredite, se eu te olhar cem vezes, vou me apaixonar ainda mais cem vezes por você.
Segura a minha mão. Segura como naquele primeiro dia em que a gente sentou nesse mesmo sofá e pela primeira vez eu te olhei nos olhos. Naquele dia foi quando eu senti que amar não tem remédio.
Eu não sinto falta da Mayara que eu fui. Hoje eu só sei sentir falta de você, do seu cheiro, do seu abraço, do seu carinho.
Tá difícil. Pelo menos pra mim. Eu tô olhando tudo aqui agora e tá difícil. Mas quando eu penso em nós, nessa força que subestima tudo ao meu redor, quando eu penso nisso tudo eu penso que o nosso amor pode ser maior que todos esses ventos contrários.
Eu sentei aqui com você porque eu precisava te dizer tanta coisa. Mas agora, olhando os teus olhos marejados e as tuas mãos nas minhas, eu não consigo pensar em mais nada.
Me abraça e diz que você também quer isso, que daqui a pouco a gente vai rir de tudo isso e a gente vai estar feliz, ouvindo jazz e fazendo strogonoff.
Fecha os olhos. Meu avô dizia que quando se ama é mais fácil ver a vida de olhos fechados.
Sabe o que eu vejo quando eu fecho os meus? Você tirando alguma coisa do bolso do seu terno na porta da igreja. Eu só gostaria muito de saber o que é.
Eu amo seu sorriso.
Quer ver como a minha cabeça encaixa perfeitamente no teu ombro?

Eu amo você.






domingo, 13 de março de 2011

Eu descobri que estou amando porque não consigo dormir. Finalmente eu descobri que a realidade é bem melhor do que os meus sonhos. E sempre que penso em ser feliz ele me vem à cabeça.
Eu continuo andando por esse caminho, e mesmo que esteja cheio de obstáculos me sinto melhor quando passo por cada um deles. Como já dizia Clark "Se você encontrar um caminho sem obstáculos, ele provavelmente não leva a lugar nenhum".

E o sono tá pegando, o meu final de semana foi super agitado mas de um alívio tremendo.
Aí eu passei aqui pra ouvir um pouco de Ton Carfi, e olhar essa imagem:




Coisas simples que fazem parte de mim.




Cuidem-se.

E, meu amor, quando você chegar não precisa interfonar. Mete a mão na maçaneta e pode entrar. Tô com saudade.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Eu deixo

"O que você faria se não tivesse medo?"
(Richard Bach)

Ta aí, foi essa a pergunta que me fizeram hoje pela manhã.
E, por incrível que pareça, o @Literatuitando postou isso agora a tarde.
Eu poderia passar o resto da tarde escrevendo coisas que eu, você e qualquer outra pessoa faria se não tivesse medo, se as pernas não bambiassem, se o coração não disparasse.
E sentir esse medo não significa ser covarde. Eu posso não querer machucar, não querer afastar, não querer destruir. Eu posso ter medo de destruir tudo o que de bom e saudável cresceu entre a gente.
Em certas horas, você faz coisas que não queria fazer por quem você ama. Você deixa que levem tudo aos trancos, de qualquer jeito, sem se importarem se é assim que você quer... E você deixa porque você ama. Porque eles estão felizes levando tudo assim.
Hoje eu passei o dia dentro de casa arrumando as coisas, lendo, escrevendo, ouvindo jazz e bordando. Hoje choveu e fez um friozinho gostoso que teimou em me empurrar mais pra dentro de mim. Nesses dias eu penso nessas vontades loucas que eu tenho de fugir, e nesses impulsos de voltar no minuto seguinte. Penso nas coisas em que preciso me adaptar.
Se, hoje, eu não tivesse medo eu estaria bem longe daqui. Longe dessa fumaça cinzenta, desse barulho ensurdecedor e dessa solidão insuportável.
Eu estaria longe dividindo chocolates, beijos, erros, bobagens.
Eu iria além de tudo o que me espera e curtiria como nunca os meus sonos demorados e minhas insônias intermináveis.
Adaptar. Isso dói, isso me machuca e isso não é legal. Não digo que vou superar todas essas mudanças impertinentes, mas posso superar o vício de falar disso sempre.
Eu vou me moldar a tudo isso e eu aposto que, quando não estiver doendo mais, as coisas vão mudar de novo. É ciclo, é sina.
E eu fico aqui com meu bonsai, meu umbigo e tudo o que me diz respeito. Fico aqui com toda a minha saudade e o meu amor de sempre.
Deixa a janela aberta pro ar circular um pouco nesse quarto quase escuro, encosta a porta e não desligue o som.




Twitter: @mayfreire
http://www.formspring.me/freiremay pros desocupados de plantão
E, por favor, quer utilizar meus textos... Fique à vontade, mas coloca a PORCARIA dos créditos se não eu mando a federal atrás de você, cáspita!

Faz tempo que não mando beijinhos, né?
Então, beijo pro mon amour que me deixou alone in the dark, Tharsis. Saudade, gigante.
Fernanda, melhoras minhas flor.
Chris, boas constantes mudanças.
Personas da Ebenézer.
Rodrigo, que vai me ensinar a composição do feijão pra eu nunca mais perguntar o que é platina. Cara pálida.

Cuidem-se. E eu NÃO estou de bom humor.






quinta-feira, 3 de março de 2011

A metade de um ano

Andar. Compartilhar. Brigar. Gritar. Sorrir. Sonhar. Planejar. Brincar. Morder. Amar. Beijar. Abraçar. Pular. Conversar. Passear. Chorar. Telefonar. Buscar. Mandar. Sofrer. Querer. Desejar. Sentir. Dormir. Acordar. Ceder. Namorar. Casar. Pedir. Doar. Entregar.
Seis meses, amor. Seis meses de toda uma eternidade que Deus me reservou para passar ao seu lado.
Eu poderia escrever textos e mais textos falando o quanto me sinto completa ao seu lado e o quanto desejo todos os dias viver juntinho dôcê.
Mas não precisa de muita coisa pra todo mundo saber o quanto eu amo você.
Seis meses, metade de um ano.
E eu que sempre achei tão tedioso conviver com alguém do sexo oposto por mais de 10 dias, cá estou eu convivendo com você há seis meses e orando incessantemente pra conviver com você pelo resto da minha vida.

Tharsis Novais, eu te amo. Casa comigo? *-*

terça-feira, 1 de março de 2011

Ser amigo é ser corajoso

Eu gosto do que é simples, gosto de situações claras, gosto de olhares honestos e eu não gosto de me perder de nada disso. A questão é que nem eu e nem você temos o poder de controlar a força das coisas quando elas precisam acontecer e eu até posso sentir saudade das coisas que perco, mas não as desejo de volta. Penso que se já doeu uma vez, não compensa ter de novo.
Eu sempre falei que todo mundo se adapta a sentimentos, lugares, climas e amores, só não lembro de ter dito que isso dói. Adaptar-se dói.
Eu não sou lá a amiga que qualquer pessoas gostaria de ter. Se você quer a minha amizade, tem que querer a verdade, mesmo que ela doa. Mesmo que a realidade seja cruelmente dolorida. Porque eu aprendi a ser cruelmente realista, e isso também sufoca.
Eu nunca fui de me entregar a amizades, de sofrer com o rompimento de uma amizade... E se você quer ser meu amigo, você precisa saber disso.
Eu cuido, aconselho, empresto o ombro e sou loucamente insensata quando quero fazer um amigo sentir-se melhor. Eu faço companhia, sou engraçada - ou tento ser - , ouço músicas, leio textos, toco teclado e até ensino técnica vocal. Faço comida, limpo a casa, passo roupas e jogo Forca. Penteio os seus cabelos, escolho a maquiagem, palpito na roupa e ajudo você a colocar as suas pulseiras.
Brigo com você, te ensino a cozinhar, te mostro que antes de cortar o pepino pra por na salada é preciso tirar aquela 'espuminha' dele. Eu chego sem você perceber.
A questão é que eu sei que a amizade cresce, fica intensa e tudo mais, como qualquer outra amizade... Mas aí que na saída eu surpreendo.
Eu saio, sumo, desapareço como se nada tivesse acontecido.
Eu aprendi assim... Apesar de tudo, você chegou até a varanda da minha casa. Eu não deixo amigos entrarem. Eu não deixo crescer, não deixo tomar conta.
Eu posso contar segredos, fazer promessas e te dar presentes. Mas não vai doer quando você for embora.
Vira lembrança.
Não que eu trate isso como algo descartável. Eu só não deixo entrar em casa porque eu aprendi que se você entrar em casa eu posso me decepcionar.
Eu prefiro te ver ir embora me deixando com o seu doce, do que te mandar embora me deixando amarga.
É desnecessário sofrer por alguém que um dia vai embora. É desnecessário deixar alguém entrar em casa se não vai ficar pra sempre.
Toda casa só devia ter lugar pra dois e a minha já está devidamente ocupada, decorada e perfumada.
Você pode me chamar de monstro, mas desistir de não me decepcionar com as pessoas foi meu maior ato de coragem.
Eu posso ser sua amiga, mas não espere meu sofrimento ao te ver partir seguindo o seu caminho.
Ninguém me ensinou ou me motivou a isso. Eu me virei sozinha, aprendi sozinha, isso me endureceu um pouco mais.
Calos. Calos daqueles que não doem mais.
Me respeite. Tem coisas da gente que não são defeitos nem erros, são só jeito da gente ser.



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Buenas, precisa eu mandar apagar a luz e fechar a porta?