sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

É big, é big, é hora, é hora, é hora!


Gika, PARABÉNS!
Se não estivesse tão longe, sairia correndo pra te dar um abraço bem apertado - como aqueles que a gente dava sempre antes das provas -, e pediria para Deus te conservar em saúde, sempre.!
Você continua presente em minha vida, como uma melodia que eu não esqueço jamais.
É bom saber que você confia seus segredos a mim, seus medos, suas dúvidas. É tão bom não te sentir ausente, como senti por uns anos, lembra?
Sempre via nossas fotos, cartas, bobeiras e ria sozinha... Eu não posso dizer que não vivi anos maravilhosos nos meus tempos de colégio.
Porque, os melhores, foi com você.
Desde a quinta série. Caraca! E isso porque nos odiávamos.
Obrigada, Gika. Obrigada por sido tão importante pra mim, e continuar sendo. Eu quero continuar compartilhando meus planos, segredos, medos... E quero muito te ajudar no que for preciso. ;)

Seja feliz, amiga! Porque você, mais do que ninguém, merece a felicidade!
Eu te amo muito!


* * *

Todo mundo que me conhece sabe que eu sou fã da Whitney Houston, e que meu coração acelera a cada música dela. Sempre amei a voz, o timbre, as técnicas, a melodia, as notas perfeitas... A perfeita harmonia entre Whitney e a música.
E eu fiquei deveras triste quando soube da situação dela com o crack. Eu sei que o ex-marido dela usava, ela foi influenciada e a vida sem razão é vazia. Mas eu quis salvá-la, eu quis estar lá pra dizer pra ela que a vida não se resumia àquilo.
E eu confesso que, em muitas das minhas orações, eu incluía ela. Pedia a Deus que a libertasse de vez daquilo e que ela O conhecesse, como eu O conheço. Aí sim ela teria uma razão pra continuar...
E, a última música dela "I look to you" me emocionou tanto. Não por ser o tema da novela daquele casalzinho que me faz chorar porque eu sou chegada num bom drama, mas pela letra. Todo mundo pensando ser uma música romântica e, é gospel. Um pedido de socorro, uma declaração de amor Àquele que a tirou de um mundo que só a levaria para o abismo.
Ela está tão linda no clipe, recuperada, melhor que antes.
E eu voltei a agradecer à Deus. As coisas pra Whitney podem não estar perfeitas, mas a escuridão da alma dela foi iluminada pelo brilho de Deus - como ela mesma diz na letra da música.

Então, aí vai a música com a tradução. Emocionante. *-*



Buenas, amanhã tem FILHOS DA LUZ às 15:00 ;)
Não percam. Ensaio do teatro e quem sabe rola umas dicas de técnica vocal lá também.
Fora o futebol que é LEI.
E, pra semana que vem, videozinho dos FILHOS DA LUZ rolando no YOU TUBÍ :P

Bezo, bezo. *-*

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Eu estou acordada há algum tempo agora
Você fez com que eu me sentisse como uma criança
agora
Porque toda vez que eu vejo seu rosto animado
Eu sinto um arrepio num lugar bobo

Começa na ponta dos meus pés
Me faz enrugar o nariz
Para onde for, eu sempre sei
Que você me faz sorrir
Por favor, fique por um instante agora
Não tenha pressa
Em qualquer lugar que você vá

A chuva está caindo no vidro da minha janela
Mas nós estamos nos escondendo em um lugar seguro
Debaixo das cobertas, ficando secos e quentes
Você me dá sentimentos que eu adoro


O que eu vou dizer
Quando você faz com que eu me sinta desse jeito?

Já faz um tempo que eu adormeci
Você me cobriu como uma criança agora
Porque toda vez que você me segura em seus braços
Eu fico confortável o bastante para sentir o seu
calor


Começa na minha alma
E eu perco todo o controle
Quando você beija o meu nariz
O sentimento aparece

Porque você me faz sorrir
Baby, não se apresse
Enquanto você me abraça forte

Em qualquer lugar, em qualquer lugar, em qualquer
lugar que você vá...



(Colbie - Bubbly)

...

Oooi :D
Você tem um amigo telescópio?
Há quem tenha amigo anjo, daquele tipo que te salva quando você está em perigo ou que te abraça quando o chão sai dos teus pés e te faz voar alto e longe de tudo o que te amedronta.
Mas eu tenho um amigo telescópio, e a primeira coisa que ele me disse quando nos conhecemos é que ele me faria ver estrelas - é, eu também ri quando ele me disse isso -, e ele falava sério.
Não sei, sinceramente, se eu continuaria vendo estrelas hoje se não fosse por meu telescópio.
Ele ficava sentado em uma nuvem, todas as noites, me olhando na varanda de casa enquanto eu olhava as estrelas, acreditando piamente que ele me via.
Foi quase uma promessa falar sobre meu telescópio aqui, mas não tem sido fácil encontrar palavras.
Leonardo Fagundes.
Obrigada por insistir em me mostrar estrelas, mostrar o que a vida pode me oferecer, por dedicar seu tempo conversando e me entendendo.
É tarde pra gente porque o nosso tempo passou. O tempo que podíamos nos esbarrar na rua, tomar suco no shopping, se olhar da varanda.
Você sempre vai ser meu telescópio, que me faz acreditar que plutão mora ao lado, e que nada, nada é impossível.


* * *


Propaganda no novo sistema de tarifas da gol:
gol_851

Algum paranóico deve ter achado a propaganda um tanto quanto preconceituosa, então, refizeram o anúncio na segunda revista:
gol_86



* * *



Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O retorno. Muahahaha!

E olha eu aqui de novo escrevendo sobre o amor da princesinha e do monstro-espinho. É incrível a maneira como o entendimento vai ampliando conforme o passar do tempo, não é? Há meses atrás cá estava eu, com meus botões, pensando em toda a crueldade desse monstro-espinho sem noção e da inocência da princesinha indefesa que caiu na lábia do bicho malvado.

Eu não sabia como escrever sobre eles, afinal, é tudo tão intenso, tão grande, tão estupendo que eu mal consigo enxergar dessa minha vida pra dentro. Mas eu prometi, assim como quando prometi destruir a reputação do monstro-espinho, eis-me aqui reconstruindo tudo de novo – pra destruir novamente?

Eu disse que monstros são indiferentes pra mim, e que eles não são gratos. Contei toda a teoria da rosa que ele usa como encanto pra cravar seu espinho na boa menina até que ela esteja tão presa a ele a ponto de não mais se importar com o espinho e só ver os seus olhos que cintilam por amor.

O fato é que eu estou aqui perdendo horas meditando em como escrever o que estou vendo, já que o monstro-espinho e a princesinha voltaram. O monstro sempre foi boa pinta – frágil demais pro meu gosto – mas tinha lá suas qualidades, como qualquer coisa que se mexe. Mas, em especial, uma qualidade que eu admiro em qualquer pessoa: personalidade. E isso ele tem, não se pode negar.

A princesinha sempre foi criada cheia de mimos e cuidados, sempre tendo em quem se esconder, embora tivesse seus momentos de solidão em meio à multidão, o que é normal já que ela é de carne e osso. E todos os caras que esquentaram um banco de ônibus ao seu lado se adaptaram a ela, ao seu jeito mandão, impulsivo, cheio de encanto, nunca foram o suficiente pra ela. Mas ela nunca tinha encontrado ninguém que a fizesse engolir o seu jeito, a sua personalidade forte. Ela nunca encontrou alguém que surtasse como ela sempre surtou, que tivesse crises de solidão, de ciúme. Eles nunca encontravam um jeitinho de mostrar à ela a sua personalidade e fazê-la engolir o jeito deles, porque aí ela surtava e as coisas caminhavam mal. E ela, insegura, já pensava em desistir.

Mas o monstro é dono de si, não precisa que ninguém lhe dite regras de moralidade. Ele se comporta como quer, e quer ser amado assim... Como ele é. E por isso o espinho que ele cravou na princesinha doeu tanto.

Aí a gente entende o porquê de todo esse “poder” que ele tem sobre ela. Não é atração cósmica. É personalidade. Todos nós sempre o odiamos por fazê-la sofrer com toda a sua arrogância e falta de amor. E sempre a criticamos por fazê-lo sofrer com toda a sua insegurança, indecisão e excesso de amor. Não é atração cósmica, nem destino. São personalidades opostas que foram obrigadas a conviver por culpa de dois corações irrevogavelmente apaixonados.

E, por outro lado, personalidades tão opostas que se completam. Ele pode machucá-la novamente, fazer pior, mas ela ainda vai continuar sentindo aquele aperto no peito cada vez que algo ruim acontecer com ele. E ela pode deixá-lo outra vez, ele vai continuar sonhando com ela cada vez que pisar numa areia gelada de uma praia qualquer.

Quando você encontra alguém parecido demais com você essa pessoa passa despercebido. Você já se nota todos os dias, pra quê notar outro eu? Se já é cansativo viver sendo a gente de vez em quando? Mas quando você encontra alguém que te intriga, que te irrita, que sai do teu controle... Ah! Aí as pernas tremem, o corpo gela, você não nota sua mãe na rua porque está ao lado dele, fica tonta.

A princesinha é minha personagem favorita. Ela é tão intensa, tão complexa, tão cheia de filosofias que ainda não entendeu o que aconteceu nesses dois anos de tormento sentimental.

Alguma coisa dentro dela reconheceu alguma coisa dentro dele, e isso jamais será violado. Por mais que queiram. Porque ele foi a primeira pessoa que a fez ver alguém exatamente do jeito que é, e não do jeito que ela queria que ele fosse. Por isso, o amor que ela dedica à ele não depende mais do que ele faz por ela, por que ele já fez a maior das obras. Ela agora enxerga o ser humano como ela se enxerga no espelho, nos seus textos, nas fotos que tira. Ela se enxerga inteira e pensando que ninguém pode tirar sua essência de princesa. E ela aprendeu a enxergá-lo e ver que ninguém pode tirar a sua essência de monstro.

Por isso já se acostumou aos espinhos, às vezes que ele a machuca sem perceber e nem pede perdão. E ela reclama sozinha, e esquece de tudo quando suas pernas voltam a tremer.

Esse amor incondicional é surreal pra alguém que não quer misturar realidades, personalidades. Mas a princesinha se arriscou, pagou o preço e continua pagando, e é feliz nas horas vagas.

E eu a admiro por isso. É preciso dedicação, paciência e um amor incondicional. Eu li uma frase que diz que não podemos fazer todas as coisas bobas que se quer na vida, a gente tem que fazer escolhas e tentar ser feliz com elas. E é exatamente isso o que a princesinha fez. Ela escolheu o monstro, e tenta ser feliz com essa escolha. Ela fez essa escolha no dia em que desenhou o coração no peito pedregoso do monstro, onde nem som das batidas podia se ouvir. Não havia nada ali dentro. Mas ela acreditou. Acreditou que um dia ele fosse se importar em não machucá-la, que ele fosse ser o que ele realmente é só para ela enxergá-lo melhor assim e continuar amando.

Eu não acreditei. Já vi muitos milagres, mas não vi um coração brotar no peito de um monstro. E não foi que brotou? Ele a ama, apesar dos espinhos que o cerca e de toda aquela arrogância que carrega.

Só ela sabe o quanto ele é humano quando está com ela, o quanto ele pode ser especial, amável e dedicado. Só ela sabe das loucuras que ele faria mesmo jogando tudo pro ar e mandando ela ir a merda. Eu poderia passar dias e dias aqui falando dela, que eu conheço tão bem... Mas jamais poderia escrever mais do que algumas linhas sobre ele, já que continuo enxergando-o como aquele monstro que descobri e não como o amor da vida da princesinha, da minha princesinha.

...

Está aí, aniversariante!

Denise Dantas Caça-Nego, PARABÉNS.

Afinal, não é qualquer dia que se faz 16 anos – meu vô fala isso sempre. É bom ver como você evoluiu – eu ia escrever “cresceu”, mas seria pejorativo -, eu fico tão feliz ao ver toda essa sua vontade de viver, de conhecer, de se entender e entender quem você ama. Eu sempre te admirei por saber jogar com o psicológico até dos nossos inimigos. Me lembro de você sentindo pena da menina que nos odiava, e ainda querendo oferecer um abraço. Eu ria de você. E isso foi muito bonito.

Você pode ter os defeitos que tem, mas ninguém pode falar que tem um coração pequeno, ou que não ama. Sobra amor aí nesse corpinho. E eu aprendi a te amar por isso.

Que esse ano seja maravilhosa, repleto de alegria, e a gente sabe que existirá tristeza, mas que você aprenda e cresça. Que continue assim, com tanto amor aí que nem cabe em você. Seja intensa, verdadeira e mantenha a sua essência. Não venda seus valores nem destrua tudo o que de bonito foi construído em você.

Lembra de todas as nossas conversas, dos dias que eu te levava pra conhecer o meu mundo e tudo o que me mantém em pé. Um dia você pode precisar e eu quero muito que se lembre de mim e de tudo o que eu fiz por você e ainda faço. Eu faria mil vezes.

Seguimos caminhos diferentes, e sabíamos disso. Doeu e ainda dói. Nosso tempo foi bom, divertido e encantador. E eu sei que vai aparecer em nossas vidas pessoas mais engraçadas, mais evoluídas, mais criativas... Mas essa nossa essência vai estar sempre guardada em mim. E espero que em você também. Estamos conectadas. A mesma harmonia, a mesma melodia, a mesma canção.

Seja feliz, muito feliz. E viva os detalhes, porque eles a gente leva pra sempre.

Feliz aniversário, brotinho. Eu amo você, e você sabe disso. ;)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Casa nova.


Créditos do nome do blog e do trecho "A dona do Blog" à minha energúmena amiga que se prestou a escrever um texto sobre mim e me aturar por algumas horas no EME-ÉSSE-ENE me ajudando a definir o nome e o template e os detalhes dessa minha nova casa. Denise, obrigada! :) E... Esse é definitivo, prometo. E se eu mudar, faço um texto dizendo que algumas promessas eu simplesmente não consigo cumprir.



Ironias, ironias.

“Minha vontade é que ele me pergunte se quero um pouco de chá gelado e se eu gostaria de ver um dos seus filmes estirada nas grandes almofadas… Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo que se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade. Como é que se ama sem amor? Como é que se entrega de dentro de uma prisão? Nunca soube.”

Tati Bernardi, claro!

Nesses últimos dias de férias, tentando aproveitar alguma coisa nesse calor estressante e nessas piscinas que eu vejo aqui do meu quarto enquanto o ar condicionado está em 17°C e eu quase nua com o cabelo preso, com os pés dentro de uma bacia com água e ouvindo meu Cd preferido do Jorge Vercilo, seguido de Roupa Nova e Whitney Houston, decidi rever alguns textos meus e lembrar de coisas que pouco me importava por simplesmente não conseguirem serem intensas como eu sou intensa. Complexo isso, né? Prestenção:

Já tive algumas pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do ônibus, o banco ao lado do carro ou o espaço vazio que fica sempre que eu sento no ‘pufe’ da sala. E nem por um segundo senti meu peito aquecido como senti com você, como naquele dia em que eu gritei de susto no cinema e bati no seu saco de pipoca que caiu no chão e fez uma sujeira só – se lembra como a gente riu o tempo todo até doer a barriga? – , ou quando você sentou de surpresa ao meu lado no ônibus, ou quando fui dar a primeira volta de carro com você, ou quando eu estava chorando sentada no ‘pufe’ pensando que não te veria por seis meses por causa daquela bendita proposta que você recusou só pra me ter por mais tempo.

A gente pode até enganar os outros de que está feliz com alguém, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que alguém certo faz.

Quando você está com medo de continuar lutando é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças pra ver a vida do meu jeito; simples assim. E quando você está rindo de tudo, é no meu estresse que você encontra o chão pra colocar os pés e ser mais realista.

E quando você precisa daquele abraço, de carinho, de mimo, é pra mim que você liga fazendo aquela voz que só eu sei como é. E é perto de mim que você se sente mais perto de tudo o que sempre te fez falta, de toda aquela essência que você resolveu deixar guardada em algum lugar aí dentro de você que só eu sei encontrar.

E só eu entendo seu olhar quando me encontra no lugar de sempre, e com aquele olhar paralisante, pede pra eu esperar mais um pouco enquanto você olha todo o ambiente pra ver se não encontra alguém que te faça mais feliz que eu. E eu sei, sempre sei. Você sempre volta. Porque a felicidade que se faz quando a gente fica perto é única, é a mistura do meu cheiro com o seu, do meu brilho com o seu, da minha frieza e crueldade com todo o seu calor e sentimentalismo.

Eu nem tenho pensado tanto assim em você ou no nosso quase romance, são momentos raros como esse em que o sol está afetando meu sistema nervoso central, sabe? Lembra de quando você dava aquelas explicações citando datas e horários de quando o inventor de um certo aparelho que lhe é muito útil tomou sua última dose de whisky antes da lâmpada acender sobre sua cabeça pensante e ele inventar a tal coisa? Isso me deixava orgulhosa de você. Mesmo que depois você soltasse uma daquelas suas piadas sem graça que tinham graça só por que você ficava sem graça, e sua cara sem graça é engraçada. Enfim, são em momentos assim, no verão, principalmente, que eu lembro de você, da sua ligeira passagem em minha vida que deixou esse coraçãozinho esperançoso em encontrar alguém no mínimo tão interessante e inteligente como você, com abraço apertado, ombros largos, cabelos bagunçados, olhos escuros, sorriso tímido e olhar constrangedor. Deve ser esse calor insuportável, né? Detesto essas roupas colando no corpo, o suor descendo na nuca, a sede que nunca cessa, a água salgada, o cloro, o cabelo ressecado, a noite mal dormida. Isso deve fritar meus miolos.

Bom… O inverno logo chega e eu esqueço você. Esqueço até sentir frio, até faltar Nescau pra fazer chocolate quente, até freqüentar sozinha o restaurante que faz o melhor founde da cidade, até caminhar na praia só pra ver as árvores secas (porque elas são bonitas sem folhas), até usar aquelas roupas super charmosas que eu amo e até ver aqueles manequins masculinos com as roupas que você costuma usar.

Lembra do nosso pacto de não ser um daqueles casais que não conversam nos restaurantes e reparam tristes nos outros? Eu me lembrei de como pra mim era o paraíso chegar à sua casa e te encontrar dormindo no sofá com o ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz.

Acabei de lembrar do dia em que você percebeu o botão, o calo, a piada, o músculo, o arrependimento, a saudade, o vazio. Foi a primeira vez que sentiu que era tarde demais? Que eu detesto esperar e que eu esperei mais do que eu podia? Você me tirou a razão, me fez estragar tudo só pra sentir o vento na cara de novo e a música alta. Era só você berrar e assoprar em mim. Era fácil, era alcançável, era pra ser seu.

Eu sempre fui tão estabanada, tão atrapalhada. Misturo tudo, bagunço tudo. Fico admirada com aquelas pessoas adultas, evoluídas, que sabem separar a hora de ir a uma reunião de condomínio e a hora de desejar alguém na escada do prédio. A hora de chorar num ombro amigo e a hora de ceder aos encantos desse seu amigo. A hora de ir ao dentista e a hora de querer engolir alguém. A hora de procurar ‘circunciso’ no dicionário e a hora de se perder com palavras simples que parecem tão complexas. A hora de te agradar e a hora de te mandar embora.

Sem mais delongas, ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa inconveniente que me vence todos os minutos, segundos. Você só sabe esperar esse novo amor que sempre está pra chegar e, quando chega, você nem se importa.

Eu vou continuar, tenho sonhos maiores pra realizar. E mesmo que eu continue com esses meus momentos, sozinha, trocando passos com a solidão, serei feliz. Realizando, conquistando, ansiando e esperando. Preciso cumprir as promessas que me fiz, aquelas que você nem quis ouvir, e, se leu, só passou os olhos sobre as letras fingindo se importar comigo. Outro tempo começou pra mim e eu vou aproveitar cada minuto disso tudo. Numa noite ou outra de lua cheia eu vou lembrar você, vou lembrar de você e gente vai ser feliz assim: imaginando o que poderia ter sido e por uma milagrosa ironia não foi.


Beijos:

Telescópio, Denise, Jota, Chris, Percio, Meu vô lindo.

Depois que você se foi.

Já pensou que coisas perfeitas não duram por serem perfeitas?

Uma coisa aparentemente perfeita precisa de defeitos, de erros de manuseio ou fabricação, precisa de falha, porque se for realmente perfeita ela se destrói, se machuca, se magoa. E não era assim o nosso amor? Perfeito demais, lindo demais. Não existia brigas, imperfeições.

Eu era perfeita pra você e você era perfeito pra mim. Isso deve ter cansado essa região aqui do peito que costuma amar e, quando ama, costuma se surpreender, e se emocionar, e perder o fôlego, e morrer de medo, e morrer de amor. Aí que você encontrou outra emoção e eu me escondi dentro de outra e o tempo passou assim… Se nos lembrávamos, era pra sentir raiva, ódio, uma ojeriza sem tamanho – e, na verdade, isso era pra mostrar pra todo mundo que o nosso amor, mas era difícil nos convencer de tal ideia – e aí, depois de um surto de raiva xingando um ao outro, a gente se trancava em algum quarto escuro, com algum som ambiente ou algum instrumento pra poder dedilhar, e chorávamos lembrando e tentando convencer o coração de que aquilo tinha passado e que não se pode sofrer por amor antigo nem desejar que ele volte sem motivo.

Eu lembro de um texto que a Denise fez que falava da menina que desenhava um coração no peito de um monstro na esperança de que ali brotasse um coração capaz de amar a menina, pra sempre. E não foi que brotou? Não foi que o monstro-espinho tinha mais coração que o moço do cavalo branco que dizia ser encantado e o amor da vida da menina? A menina tá com o monstro-espinho. Ironias. Como sempre. E como eu chamo você? Destruidor de coração? Caçador de emoções? Idiota? Quem sabe, um completo imbecil que não enxergou o amor do seu lado e pensou que um prazer de momento fosse te fazer feliz pra sempre?

Não é extremamente revoltando pensar que você jogou tudo pro ar sem dó nem piedade? Já pensou como sua atitude impulsiva me deixou aqui, vivendo pra dentro, enquanto você aí tentava viver sem saber como? Eu tinha meus livros, minhas plantas, minha música. E você? Eu lembro de quando te conheci, mal sabia a alegria que era tomar um banho de chuva e quando tomou, ficou mais criança que eu, girava e gritava no meio da rua, abria os braços e cantava nossa música. E depois, quando eu fiquei tremendo de frio disse que se a gente se abraçasse o frio passaria. E o frio passou. E quando você descobriu que eu regava as violetas com água morna e ficou revoltado e pegou minhas violetas e colocou todas ao ar livre para tomarem sol, chuva, vento. E mesmo assim, depois de viver essas e outras coisas que só a gente sabe como nos fez feliz, você ainda insistiu em errar.

Quem vai entender o ser humano? Eu quis estar dentro de você pra saber o que pensava e sentia quando errou. Mas hoje, não. Você deve saber o que pensou e sentiu, e deve ser por isso que carrega essa culpa e vontade de acertar. E eu voltei a tomar banho de chuva e sentir frio até mesmo depois do banho quente, e voltei as violetas pra debaixo da cobertura e estou regando-as com água morna. Não sei porque, elas preferem água morna depois que você se foi.

“Se fosse por mim eu ficava mas vê como tudo lá fora mudou. O tempo passou feito louco quebrando as vidraças e a gente ficou aqui sem ter nem pra onde ir por medo ou preguiça. Aqui ilhado por nós, sequer rastreados por nenhum radar. Aqui parecia ser o melhor lugar. Quem disse que a gente precisa perder um ao outro pra se encontrar? Se nada nos prende ao passado não é o futuro que vai separar. Enfim, encosta teu barco em mim que o sol já se pôs. A sós o mundo termina na fina fronteira dos nossos lençóis. Em nós espalham-se os laços, desfazem-se os nós. Sonhamos paisagens, compramos passagens e nunca voamos pra lá. Enfim, passeia tua boca em mim até me calar. Aqui ainda parece o melhor lugar.”

Meus dias tem sido bons. Banhos de chuva sempre que chove, me empenhando no nosso projeto de construir um belo canteiro com muita alface e muito tomatinhos cereja. Comprando livros, flores, pintando as unhas e essa semana vou pintar o cabelo de castanho claro.

Que tal? (*-*) Ando vendo meus e-mails quase todos os dias. Não custa acreditar que você se importa comigo e tá preocupado e tá com saudade e quer saber se meu coração continua feliz por ter te encontrado. Bom… Volto aqui em breve, quem sabe, semana que vem.

beijos, mil beijos.

“Vês aquele lago? Água verde, parada, sem encanto. Entretanto, que lindo ele parece ao refletir os céus. É por isso que gosta dos meus olhos, não percebes que ao fitá-los neles, vês, sem querer, o reflexo dos teus.”

Sabe quando seu coração queima, e por queimar, arde?

E depois, depois que você já está sem fôlego por sentir tanta dor, te jogam um balde de água fria que gela todo o teu corpo, até mesmo os dedinhos dos pés?

E aí seu corpo inteiro se arrepia e você sente vontade de se encolher nos braços de quem te ama?

No abraço de quem te ama...!